A discussão sobre o projeto FX2 e o reaparelhamento de nossas Forças Armadas ganharam fôlego nos últimos dias. No centro das atenções, os três aviões que lutam pela preferência do governo brasileiro que declara que a decisão final será política. O acorde envolve múltiplos interesses de todas as partes e questões de extrema relevância para o futuro do Brasil. A aeronáutica manifestou sua preferência pelo Grippen, da fábrica sueca Saab, mais barato e com menores custos de manutenção, e pelo F-18 Super Hornet, da americana Boeing, que, apesar de caro, tem eficácia conhecida em inúmeras frentes de batalha. O relatório técnico dos militares brasileiros aponta o caça francês Rafale como demasiadamente caro. As relações da FAB com a francesa Dassault, fabricante do Rafale que ainda guardam um certo ranço por conta dos vários problemas técnicos e de manutenção com os velhos Mirage podem ter influenciado a preferência dos militares pelo concorrente sueco, mas o governo tem seus olhos voltados não só para os céus, mas para uma série de outras questões de interesse nacional.
Uma parceria mais ampla que envolva um bom aporte de tecnologia e atenda às necessidades do país em várias frentes é o que está na mira do presidente Lula. Sob esse ponto de vista, o acordo com a França pode representar mais vantagens para o Brasil que as propostas dos concorrentes. Na roda, a tecnologia para o desenvolvimento do casco de um submarino baseado no Scopène francês cuja trancrissão pode viabilizar a antiga ambição do submarino nuclear brasileiro. O casco hidrodinâmico do Scopène é projetado para oferecer alto desempenho tanto em velocidade como em manobras e de tamanho ideal para abrigar o reator nuclear já em desenvolvimento pela Marinha. O local para a construção do submarino já está sinalizado: será na baia de Sepetiba no Rio de Janeiro e acredita-se que em 2013 o submarino nuclear brasileiro já esteja em operação ampliando o alcance e a eficiência da nossa força naval no patrulhamento e proteção de nossas água territoriais. A parceria com os francese não para por aí, ainda entran no pacote a construção de seis fragatas classe Fremm, projeto de um consórcio franco-italiano, nos estaleiros do Arsenal de Marinha, no Rio e a modernização e restauração do porta-aviões São Paulo. Outra parceria importante com a empresa Eurocopter do grupo franco-alemão EADS, trouxe para o Brasil US$ 400 milhões em investimentos etecnologia de ponta para a instalação de uma planta industrial para a produção de helicópteros EC 725 Cougar pela brasileira Helibrás em Itajubá.
O Brasil tem conquistado cada vez mais visibilidade e credibilidade no cenário internacional, despertando o interesse de vários países desenvolvidos e em desenvolvimento, fato que vem sendo explorado com inteligência pelo nosso governo. Aproveitando a boa fase, o governo Lula se mostra muito hábil em costurar alianças pelo mundo afora, da Alemanha chegam os blindados Leopard, da África do Sul a parceria para o desenvolvimento do míssil de médio alcance A-Darter que pode equipar os novos caças, com os hermanos argentinos a criação de um consórcio binacional para o enriquecimento de urânio e muito mais. Além dos milhões de dólares em investimentos por aqui o governo consegue trazer a tecnologia que faltava para devolver ao Brasil uma posição de destaque na cena mundial.
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