O projeto Sara também envolve o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que está desenvolvendo uma câmara de plasma, produzido por uma descarga elétrica, para testar os materiais de proteção térmica da estrutura do satélite. A câmara vai produzir jatos de plasma em alta temperatura, simulando as condições severas do ambiente da reentrada atmosférica, onde o Sara será submetido a temperaturas superiores a 2,6 mil graus centígrados.
Os dois primeiros veículos do Sara deverão usar materiais ablativos, que se decompõem sob a ação das altas temperaturas. Na versão orbital, o Sara utilizará matrizes cerâmicas, que não sofrem desgaste sob a ação das altas temperaturas, podendo ser reaproveitadas.
O Sara, diz o gerente do projeto, Luís Loures, tem como objetivo principal viabilizar o transporte de experimentos científicos e tecnológicos em ambiente de microgravidade, mas também terá poderá testar projetos com um nível de exigência semelhante aos que são levados para a ISS. "O Sara poderá ser usado como plataforma para experimentos que visam o desenvolvimento de novos materiais, que resistem a altas temperaturas (superiores a mil graus centígrado), utilizados na construção de futuros aviões supersônicos."
O primeiro Sara orbital, informa Loures, atingirá uma velocidade média de Mach 9, ou nove vezes a velocidade do som. Na trajetória de reentrada atmosférica, essa velocidade sobe para Mach 25, ou 25 vezes a velocidade do som. O programa alemão Shefex (Sharp Edge Experiment), que visa o desenvolvimento futuro de tecnologias para a criação de aeronaves e veículos hipersônicos, levará em seu segundo voo, previsto para 2010, uma placa de carbeto de silício que será usada no Sara.
"O Shefex 2 também será lançado pelo foguete brasileiro VS-40, este ano. O primeiro foi lançado pelo foguete de sondagem VSB-30 há cerca de três anos", segundo Loures.
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