Marinha já tem cinco fragatas mas agora faltam as missões
Cortes orçamentais fazem com que a Armada não integre, pela primeira vez, a força naval permanente da NATO (SNMG1).
Cortes orçamentais fazem com que a Armada não integre, pela primeira vez, a força naval permanente da NATO (SNMG1).
A Armada acaba de receber a quinta fragata para a sua esquadrilha de escoltas oceânicos, mas os cortes orçamentais vão deixar o ramo sem missões para cumprir.
A informação foi confirmada ao DN pela Marinha e por fontes do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), quando questionados sobre quanto tempo iria estar, este ano, um navio português na frota naval permanente da NATO (SMNMG1, sigla em inglês)
"A Marinha permanece, como sempre, pronta para assumir os compromissos internacionais que forem assumidos por Portugal no âmbito das alianças" que integra, disse o porta-voz, comandante João Barbosa, adiantando: "A Marinha compreende as restrições orçamentais do País, não possui uma visão de curto prazo sobre estas matérias e não comenta estas questões na praça pública."
Portugal integra anualmente a SNMG1, por períodos que variam até aos seis meses - não havendo memória de ter ficado de fora. Nos anos em que lidera essa frota, o tempo de permanência prolonga--se por um ano, como sucedeu no ano passado (até Janeiro de 2010).
Essa missão coincidiu com o envolvimento da NATO na luta contra a pirataria na Somália. Para a Marinha, isso deu à SNMG1 "o reconhecimento nacional e internacional pelo seu papel fundamental nesta luta, que visa garantir a segurança marítima e a livre circulação numa região particularmente afectada pela pirataria marítima".
Segundo fontes do EMGFA, a decisão de não envolver a Armada em missões no exterior em 2010 resultou das restrições orçamentais e, ainda, "das opções" sobre as forças no exterior - leia-se o aumento da presença no Afeganistão, agora com forças de combate (ver texto em cima).
O próprio ministro da tutela já tinha dito que o montante destinado às tropas no Afeganistão ia aumentar este ano de 10 milhões de euros para 25 milhões (num total de 75 milhões de euros para as forças no exterior, mais cinco milhões do que em 2009).
O problema, para a Armada, é que as verbas das missões no estrangeiro ajudavam a certificar as suas guarnições em exercícios internacionais, bem como a participar em missões reais (como é a luta contra a pirataria). Este ano, além de ficar fora da SNMG1, a Marinha também não convenceu a tutela - em especial o comandante das Forças Armadas, general Valença Pinto, frisaram fontes do ramo - a enviar um navio para a missão da UE contra a pirataria.
Assim, quando finalmente tem cinco fragatas de topo (três "Vasco da Gama" e duas "Bartolomeu Dias"), a Armada fica sem missões reais para lhes dar durante um ano - a não ser a rotina das missões ao largo da costa.
Fonte: Diário de Noticias Portugal
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