França reduz preço de caças e Brasil vai anunciar compra
Até março, Lula convocará Conselho de Defesa para chancelar a decisão
A redução do preço do avião Rafale, fabricado pela Dassault, era o sinal que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, precisavam para iniciar a preparação do anúncio da decisão final pela escolha do caça francês, que já havia sido tomada em setembro do ano passado, durante visita do presidente Nicolas Sarkozy ao Brasil.
O preço de US$ 8,2 bilhões para o pacote da Dassault de venda de 36 Rafale para a FAB, com peças de reposição, armas e logística era considerado muito alto e o governo brasileiro exigia a diminuição do valor para poder garantir e confirmar que a França é o parceiro militar estratégico do Brasil, o que acabou acontecendo, como noticiou ontem o jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a reportagem, o preço caiu para US$ 6,2 bilhões.
Depois do carnaval, no mais tardar no início de março, Lula convocará o Conselho de Defesa Nacional para chancelar a decisão política já tomada de escolha do Rafale, por entender que ele atende às exigências que o Brasil quer para esse projeto.
Na proposta entregue pela Aeronáutica ao Ministério da Defesa, em 6 de janeiro, aprovada na reunião do Alto Comando de 18 de dezembro, os preços dos pacotes eram: US$ 8,2 bilhões, da Dassault, US$ 5,7 bilhões, da Boeing (fabricante do F-18), e US$ 4,5 bilhões da Saab (Gripen). De posse desses valores, com o pacote do Rafale considerado ainda muito alto, o governo saiu em campo para reduzi-lo. Era preciso que a Dassault baixasse o preço até para o Planalto poder argumentar que esse projeto é o que melhor atende à Estratégia Nacional de Defesa e a premissa de transferência de tecnologia, chancelado a decisão política já tomada.
Ontem, Jobim negou que o processo tenha sido encerrado. Pelo segundo dia consecutivo, o Comando da Aeronáutica se reuniu em Brasília e preferiu expedir uma nota sobre as notícias a respeito da redução do preço do Rafale e a decisão do governo brasileiro de optar pelo modelo francês. "A respeito da divulgação pela imprensa do suposto vencedor do processo de seleção dos novos caças multiemprego para a Força Aérea Brasileira (FAB), este centro informa que o Comando da Aeronáutica não recebeu qualquer comunicação oficial sobre o assunto."
Fonte: Estadão - Por: Tânia Monteiro
2 Comentários
Nossa tradição demonstra o quanto somos dependentistas e periféricos a Grande Hegemonia...além do costume de adquirirmos materiais perfeitamente enquadrados como sucatas ou vetores próximos a obsolescência, isto em todas as armas...
Sonhas, como bom observador, que precisamos de equipamentos que:
1°- Nos tragam tecnologias de ponta, contra todas históricas sabotagens aos nossos anseios independentistas.
2°- Nos garantam Poder de Dissuasão diante do Chile, Venezuela, Argentina, Peru & "outros" de olho em nossas preciosíssimas Reservas de Água, de Biodiversidade, de Minerais (Nióbio,Petróleo Pré-salino,etc)...
Nossa "sorte" é termos um Corpo Diplomático e de Relações Exteriores, que nos facilitam essa soberania desejada. Também, termos um Organismo do naipe da END, o que nos desbravou uma grande perspectiva para que possamos andar erectos diante da Comunidade Internacional.
O correto seria a trajetória: Sukhoi-35BM/Programa Espacial Brasileiro/PAK FA Sukhoi T-50...o excelente trabalho sobre o TOA-Teatro de Operações da Amazônia ( http://sistemadearmas.sites.uol.com.br/fx/fx05log.html).
Miguel Junior.