O ministro sul-coreano da Defesa disse que a corveta militar “Cheonan” de 1.200 toneladas pode haver sido atingida, no fim do mês passado, por um torpedo. Assim, o diplomata deixou expostas as suspeitas sobre a participação da Coréia do Norte no episódio e, por tanto, aumentou as preocupações internacionais que o incidente gere um novo conflito na península.
Equipe com guindaste içam o navio sul-coreano Cheonan, próximo à Ilha Baengnyeong, na quinta-feira (12). A Coreia do Sul começou a resgatar seu navio de guerra, três semanas após ele ter naufragado vítima de uma misteriosa explosão. 46 corpos foram recuperados da parte içada do navio (Foto: AP)
"Foi concluído, após uma inspeção visual, que existe uma chance maior de uma explosão externa do que uma dentro da embarcação", declarou Yoon Duk-Yong, principal oficial na investigação, numa entrevista coletiva.
A mídia sul-coreana está focando a culpa na república vizinha, na ausência de outras razões prováveis para a explosão que afundou a corveta na final do mês passado, que matou 46 marinheiros.
Yoon disse que a torção do metal da popa resgatada na quinta-feira indicou que a explosão veio de fora, mas a equipe vai esperar até que o resto do navio for içado e outros elementos de prova sejam recolhidos para dar uma conclusão final.
"O Cheonan também foi atingido no meio. Portanto, é altamente provável que haja sido um torpedo disparado de um submarino ou uma mina o que atingiu o navio " disse um perito militar.
A ameaça de provocar um grande conflito, e assim prejudicar a sua rápida recuperação econômica, faz improvável que as autoridades sul-corenas decidam uma ação militar contra o governo de Pyongyang, mais ainda quando não há certeza absoluta da ação dos norte-coreanos.
A Coréia do Norte congelou, nesta semana, os ativos de uma empresa sul-coreana dedicada a um projeto turístico comum, que fora elogiado internacionalmente como um sinal de cooperação.
A incerteza sobre o envolvimento da Coréia do Norte na explosão do navio militar sul-coreano e o estado de saúde de seu líder de ferro são duas questões que Seul analisa com cuidado.
O naufrágio também pode complicar a retomada das negociações internacionais paralisadas sobre o encerramento do programa de armas atômicas norte-coreano, em troca de ajuda para sustentar sua debilitada economia.
Fonte: O REPÓRTER - Por: Néstor J. Beremblum
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