A Câmara Municipal de Osasco realizou sessão solene na noite de quinta-feira para homenagear Dimitri Sensaud de Lavaud. Nascido na cidade, em 7 de janeiro de 1910 ele realizou o primeiro voo da América do Sul, ao construir e pilotar o avião São Paulo.
A Câmara homenageou também o jornal O Estado de S. Paulo que, há 100 anos, no dia seguinte ao voo, publicou matéria de página inteira sobre o feito. Osasco terá um mausoléu para onde serão trazidos, da França, os restos mortais de Lavaud.
O VOO
Às 5h50 do dia 7 de janeiro de 1910, um barulho de motor se ouvia nas proximidades do chalé Bricola, em Osasco - então vila do município de São Paulo. Alguns instantes depois, aconteceria o primeiro voo de um avião na América do Sul, que percorreu 103 metros de distância - a uma altura que variava de 2 a 4 metros - em 6 segundos. A bordo da máquina, batizada de São Paulo, o aviador e inventor Dimitri Sensaud de Lavaud (1882-1947). No dia seguinte, a história foi contada pelo Estado, sem economia de adjetivos, e a foto do aviador ficou exposta na vitrine da sede do jornal.
BIOGRAFIA
Lavaud nasceu na Espanha, em 1882, filho do casamento de um francês com uma russa. Antes de se mudar para o Brasil, viveu na Suíça, Turquia e Grécia. Em Osasco desde 1898, a família Lavaud se instalou no chalé Bricola, construído menos de uma década antes pelo banqueiro Giovanni Bricola, no alto de um morro em uma área então distante do centro urbano. Seu pai comprou uma olaria e, em seguida, tornou-se sócio de indústrias de cerâmica da região.
Ainda adolescente, Lavaud já se dedicava a ler livros técnicos, construir barcos a vela e a jogar xadrez. Aos 26 anos, iniciou os projetos e cálculos para a realização de seu sonho: projetar e construir um avião. O aeroplano São Paulo, cujo esqueleto media 10,2 metros de comprimento por 10 metros de largura, ficou pronto em fins de 1909, e todas as suas peças foram feitas no Brasil.
"Ele era nosso Thomas Edison, um homem fantástico", compara o engenheiro civil Pierre Arthur Camps, citando o célebre inventor norte-americano. Camps, cujo avô era irmão da sogra de Lavaud, sempre foi um admirador da história do aviador. Em 2007, construiu uma réplica do São Paulo, doada ao Museu Asas de Um Sonho, mantido pela companhia aérea TAM na cidade de São Carlos, interior do Estado. "Levei um ano para construir o avião, com base em desenhos da época", recorda-se. "Precisei reprojetá-lo."
A carreira de Lavaud não se encerrou com o histórico voo. Acredita-se que ele tenha registrado cerca de 1,2 mil patentes diferentes, em vários países. Entre seus inventos, estão peças até hoje utilizadas pela indústria automobilística e aeronáutica, como tipos de chassis, freios, câmbios e hélices.
Em 1916, trocou o Brasil pelo Canadá. Na década de 20, mudou-se para a França - onde se estabeleceu até a sua morte, em 1947. Durante a Segunda Guerra Mundial, chegou a ser preso, a mando dos alemães, para que contribuísse com conhecimento tecnológico. A embaixada brasileira na França atuou por sua libertação.
"Infelizmente, não cheguei a conviver com ele. Mas minha família sempre lembrava de sua história com orgulho, afinal foi um grande inventor", afirma a única de suas netas ainda viva, Martine Ryser de Souza e Silva, de 63 anos.
Fonte: Edison Veiga/O Estado de S.Paulo - Foto: Museu Sensaud de Lavaud - Noticias Sobre Aviação
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Jd. Alvorada - Osasco - SP
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