Militares iranianos fizeram um alerta a um avião de reconhecimento dos EUA que tentava se aproximar de manobras navais iranianas, disse a agência semioficial de notícias Fars na terça-feira.

O incidente aconteceu na segunda-feira, segundo um comandante do Exército local. "Uma aeronave de reconhecimento dos EUA que pretendia abordar nossos jogos operacionais de guerra foi embora (...) após o alerta das nossas forças de defesa", disse à Fars o general Ataollah Salehi.

Na semana passada, o Irã iniciou oito dias de exercícios nos golfos Pérsico e de Omã, regiões cruciais para o tráfego global de petróleo.

Salehi acrescentou a jornalistas que os militares iranianos dispararam dois mísseis terra-mar em seus exercícios.

Os EUA não comentaram a notícia.

Na semana passada, o secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, disse que o Irã está desafiando o poderio naval dos EUA no Oriente Médio com seu arsenal ofensivo e defensivo.

Salehi afirmou: "Passou a época em que a América mudava o regime de um país apenas despachando um navio de guerra."

As manobras iranianas ocorrem num momento de tensão por causa das acusações dos EUA e de seus aliados de que Teerã estaria tentando desenvolver armas nucleares - algo que o governo local nega. Por causa disso, Washington tenta impor uma quarta rodada de sanções da ONU ao Irã.

O Irã com frequência anuncia avanços militares e testes de armas, aparentemente para mostrar que está preparado para enfrentar eventuais ataques de Israel e dos EUA.

Em exercícios realizados nos dias 22 e 25 de abril no estreito de Ormuz, a Guarda Revolucionária do Irã testou mísseis e uma nova lancha capaz de destruir embarcações inimigas, segundo a imprensa estatal.

O Pentágono declarou no mês passado que a ação militar dos EUA contra o Irã continua sendo uma opção, embora Washington continue preferindo a diplomacia e as sanções para conter o programa nuclear iraniano.

Israel, que supostamente possui o único arsenal nuclear do Oriente Médio, descreve o programa atômico do Irã como uma ameaça à sua existência, e também não descarta uma ação militar.

Fonte: Hashem Kalantari e Hossein Jaseb (Reuters) via O Globo - Noticias Sobre Aviação