A sigla Nasa, geralmente é associada a projetos espaciais, mas na realidade, Nasa significa Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço. E assim, a agência firmou uma série de contratos com indústrias norte-americanas para pesquisar novos modelos de aviões comerciais.
A Boeing vai desenvolver estudos para um novo avião supersônico, maior, mais eficiente e mais rápido do que o Concorde do século passado. A Lockheed Martin, também contribuirá com um estudo para um jumbo supersônico. Na área do transporte subsônico, ou seja, de aviões que voem a 900 quilômetros horários, como os Airbus de hoje em dia, o desafio é criar o chamado "avião ultraverde", que causará um impacto mínimo no meio ambiente.
A pesquisa com o "avião verde", também ficará a cargo da Boeing, empresa que começou projetando aviões de bombardeio, e hoje divide o mercado do transporte aéreo com a Airbus européia. Fala-se em motores movidos a hidrogênio, que produziriam apenas vapor de água como escapamento e de novas asas e fuselagem que reduziriam pela metade o consumo de combustível.
Os contratos envolvem uma soma de 12,4 milhões de dólares que serão divididos entre seis equipes industriais. É pouco, mas por enquanto ninguém vai construir nada. Os engenheiros devem apenas identificar as tecnologias que precisam ser desenvolvidas, os sistemas de propulsão e as fuselagens mais adequadas. Os grupos também devem determinar quais os avanços tecnológicos necessários para que os novos aviões comecem a voar entre 2030 e 2035, na terceira década do século vinte e um.
O último grande salto na tecnologia aeronáutica aconteceu em 1960, há meio século atrás. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos precisava de um enorme avião a jato, capaz de transportar tanques e um batalhão inteiro de soldados até as regiões de conflito na Ásia, do outro lado do planeta. Todas as grandes indústrias americanas apresentaram estudos e a Lockheed Martin venceu, construindo o C-5 Galaxy que, por muito tempo, foi o maior avião do mundo, até ser superado pelo Antonov russo, duas décadas depois.
A Boeing perdeu a concorrência, mas usou a tecnologia dos motores, criada para o Galaxy, para revolucionar o transporte aéreo com o Boeing 747 Jumbo. Com o jumbo, os aviões deixaram de ser estreitos charutos de metal e ganharam cabines com dez fileiras de poltronas, parecendo salas de cinema. Foi o início da era dos aviões subsônicos "wide body" (fuselagem larga) que continua até hoje.
À espera de mudanças
Os jatos usados atualmente pela empresas aéreas, como a família do Airbus 300, o Boeing 767 e 777 são sucessores do velho 747, do século passado.
O problema é que a velocidade desses aviões não aumentou em cinquenta anos. Eles ainda voam a 900 quilômetros horários, o que faz com que uma viagem do Brasil para a Europa dure doze horas e uma viagem ao Japão ou a Austrália, dure um dia inteiro. O resultado são passageiros cansados, estressados e já houve até casos de mortes, causadas por tromboses, geradas pelo aperto entre as poltronas da classe turística.
A aviação militar rompeu a barreira do som em 1950, mas a aviação comercial supersônica ficou restrita a um único modelo, o Concorde franco-britânico que voou de 1970 ao ano 2000 e não deixou um sucessor.
O Concorde foi uma grande realização tecnológica, mas um fracasso do ponto de vista comercial. Era estreito, apertado e consumia combustível demais, o que tornava muito alto o preço da passagem. Apenas duas empresas estatais voaram com ele, a Air France e a British Airways. Na década de 1960, enquanto os europeus construíam o Concorde, a Boeing tentou criar um jumbo supersônico, o Boeing 2707 que poderia levar até 400 passageiros a uma velocidade de Mach 2 (2400 quilômetros horários). Com ele, o tempo de viagem seria reduzido pela metade. Seria possível chegar na Europa em seis horas de vôo e no Japão em apenas doze horas. Mas o projeto enfrentou problemas e quando o governo cortou o financiamento, a Boeing desistiu do avião supersônico.
Em 1982, o governo do presidente Ronald Reagan tentou ir além do supersônico com o projeto do X-30, "Expresso do Oriente". O X-30 seria um avião hipersônico suborbital que voaria na fronteira do espaço sideral, a uma velocidade de mais de dez mil quilômetros horários.
O projeto ocupou a Nasa durante dez anos, mas fracassou quando os engenheiros foram incapazes de desenvolver o novo motor, um scramjato movido a hidrogênio. E a humanidade continuou aturando dias de viagem dentro de aviões lentos e desconfortáveis.
Se o novo projeto da Nasa der certo, a próxima geração pode voar com mais conforto e eficiência. Mas só em 2030.
Fonte: Jorge Luiz Calife (Diário do Vale) - Noticias Sobre Aviação
A Boeing vai desenvolver estudos para um novo avião supersônico, maior, mais eficiente e mais rápido do que o Concorde do século passado. A Lockheed Martin, também contribuirá com um estudo para um jumbo supersônico. Na área do transporte subsônico, ou seja, de aviões que voem a 900 quilômetros horários, como os Airbus de hoje em dia, o desafio é criar o chamado "avião ultraverde", que causará um impacto mínimo no meio ambiente.
A pesquisa com o "avião verde", também ficará a cargo da Boeing, empresa que começou projetando aviões de bombardeio, e hoje divide o mercado do transporte aéreo com a Airbus européia. Fala-se em motores movidos a hidrogênio, que produziriam apenas vapor de água como escapamento e de novas asas e fuselagem que reduziriam pela metade o consumo de combustível.
Os contratos envolvem uma soma de 12,4 milhões de dólares que serão divididos entre seis equipes industriais. É pouco, mas por enquanto ninguém vai construir nada. Os engenheiros devem apenas identificar as tecnologias que precisam ser desenvolvidas, os sistemas de propulsão e as fuselagens mais adequadas. Os grupos também devem determinar quais os avanços tecnológicos necessários para que os novos aviões comecem a voar entre 2030 e 2035, na terceira década do século vinte e um.
O último grande salto na tecnologia aeronáutica aconteceu em 1960, há meio século atrás. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos precisava de um enorme avião a jato, capaz de transportar tanques e um batalhão inteiro de soldados até as regiões de conflito na Ásia, do outro lado do planeta. Todas as grandes indústrias americanas apresentaram estudos e a Lockheed Martin venceu, construindo o C-5 Galaxy que, por muito tempo, foi o maior avião do mundo, até ser superado pelo Antonov russo, duas décadas depois.
A Boeing perdeu a concorrência, mas usou a tecnologia dos motores, criada para o Galaxy, para revolucionar o transporte aéreo com o Boeing 747 Jumbo. Com o jumbo, os aviões deixaram de ser estreitos charutos de metal e ganharam cabines com dez fileiras de poltronas, parecendo salas de cinema. Foi o início da era dos aviões subsônicos "wide body" (fuselagem larga) que continua até hoje.
À espera de mudanças
Os jatos usados atualmente pela empresas aéreas, como a família do Airbus 300, o Boeing 767 e 777 são sucessores do velho 747, do século passado.
O problema é que a velocidade desses aviões não aumentou em cinquenta anos. Eles ainda voam a 900 quilômetros horários, o que faz com que uma viagem do Brasil para a Europa dure doze horas e uma viagem ao Japão ou a Austrália, dure um dia inteiro. O resultado são passageiros cansados, estressados e já houve até casos de mortes, causadas por tromboses, geradas pelo aperto entre as poltronas da classe turística.
A aviação militar rompeu a barreira do som em 1950, mas a aviação comercial supersônica ficou restrita a um único modelo, o Concorde franco-britânico que voou de 1970 ao ano 2000 e não deixou um sucessor.
O Concorde foi uma grande realização tecnológica, mas um fracasso do ponto de vista comercial. Era estreito, apertado e consumia combustível demais, o que tornava muito alto o preço da passagem. Apenas duas empresas estatais voaram com ele, a Air France e a British Airways. Na década de 1960, enquanto os europeus construíam o Concorde, a Boeing tentou criar um jumbo supersônico, o Boeing 2707 que poderia levar até 400 passageiros a uma velocidade de Mach 2 (2400 quilômetros horários). Com ele, o tempo de viagem seria reduzido pela metade. Seria possível chegar na Europa em seis horas de vôo e no Japão em apenas doze horas. Mas o projeto enfrentou problemas e quando o governo cortou o financiamento, a Boeing desistiu do avião supersônico.
Em 1982, o governo do presidente Ronald Reagan tentou ir além do supersônico com o projeto do X-30, "Expresso do Oriente". O X-30 seria um avião hipersônico suborbital que voaria na fronteira do espaço sideral, a uma velocidade de mais de dez mil quilômetros horários.
O projeto ocupou a Nasa durante dez anos, mas fracassou quando os engenheiros foram incapazes de desenvolver o novo motor, um scramjato movido a hidrogênio. E a humanidade continuou aturando dias de viagem dentro de aviões lentos e desconfortáveis.
Se o novo projeto da Nasa der certo, a próxima geração pode voar com mais conforto e eficiência. Mas só em 2030.
Fonte: Jorge Luiz Calife (Diário do Vale) - Noticias Sobre Aviação
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