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11 de junho de 1967 - Termina a Guerra dos Seis Dias

Em 11 de junho de 1967, termina a Guerra dos Seis Dias, entre Israel e seus vizinhos árabes, com um cessar-fogo intermediado pela ONU. As forças armadas de Israel, superiores em número, conquistaram uma rápida e decisiva vitória neste breve conflito, derrotando a coalizão árabe que ameaçava o Estado judeu e se apoderou de territórios que somavam mais que o dobro de seu próprio país. O maior fruto da vitória, porém, residiu na tomada da cidade velha de Jerusalém das mãos da Jordânia. Milhares de judeus choravam enquanto oravam junto ao Muro das Lamentações.

Tensões crescentes e escaramuças ao longo da fronteira de Israel com a Síria constituíram-se na causa imediata da Terceira Guerra Árabe-israeli. Em 1967, a Síria intensificou seus bombardeios sobre assentamentos judaicos junto à fronteira e Israel retrucou, tendo sua artilharia antiaérea derrubado seis caças Mig. Após a Síria ter anunciado em maio de 1967 que Israel estava concentrando suas tropas ao longo da fronteira, o Egito mobilizou suas forces e exigiu a retirada de uma força de emergência das Nações Unidas, os Capacetes Azuis, das linhas do armistício Israel-Egito de conflito do Canal de Suez de 1956. As forças de paz da ONU abandonaram o território em 19 de maio e, três dias depois, o Egito fechou o Estreito de Tiran para a navegação israelense. Em 30 de maio, a Jordânia assinou um tratado de defesa mútua com o Egito e a Síria e outros Estados árabes, inclusive o Iraque, Kuwait e Argélia, que enviaram contingentes para se unir à coalizão árabe na guerra contra Israel.

Diante de indícios de um ataque pan-árabe em preparação, o comando militar israelense autorizou em 4 de junho o lançamento de um ataque preventiva surpresa. Na manhã de 5 de junho, começa a Guerra dos Seis Dias com um assalto generalizado contra as forças aéreas árabes. Num ataque bem concatenado, a força aérea israelense colheu praticamente toda a enorme esquadrilha egípcia ainda em solo, destruindo amplamente o que poderia vir a ser a mais poderosa arma egípcia, a esquadra de aviões Mig fornecidos pela União Soviética pouco antes. Cumprida essa tarefa, a aviação de Israel voltou-se para a bem menos numerosa força aérea da Síria, da Jordânia e do Iraque. Já no fim do primeiro dia, Israel detinha o domínio completo do ar.

Israel focou a principal ofensiva de suas forces de terra contra a Faixa de Gaza e a Península do Sinai. Num ataque relâmpago, os israelenses romperam as linhas de defesa egípcias e invadiram o Sinai. Os egípcios combateram resolutamente porém foram flanqueados pelos israelenses e dizimados por violentos e letais ataques aéreos. Em 8 de junho, as forças egípcias estavam derrotadas. Israel tomava a Faixa de Gaza e o Sinai até o Canal de Suez.

No front oriental, a Jordânia começou a bombardear seu vizinho com cargas de artilharia em 5 de junho, provocando uma rápida e arrasadora resposta. Israel invadiu a Cisjordânia e em 7 de junho capturou a cidade velha de Jerusalém Oriental. O capelão-chefe das Forças de Israel soprou o corno de carneiro junto ao Muro das Lamentações para anunciar a reunificação de Jerusalém Oriental com a administração israelense da Cisjordânia.

No front norte, Israel bombardeou as fortificações sírias das Colinas de Golã durante dois dias antes de lançar um ataque com blindados e tropas de infantaria em 9 de junho. Após um dia de ferozes combates, os sírios começaram a recuar de Golã em 10 de junho. Em 11 de junho, o cessar-fogo intermediado pela ONU entrou em vigor nos três fronts. Ao longo de seis dias de combates, Israel mais do que dobrou o seu tamanho.

O Conselho de Segurança da ONU pediu a retirada de Israel de todas as regiões ocupadas, porém Tel Aviv declinou, anexando permanentemente Jerusalém Oriental e estabelecendo administrações militares nos territórios ocupados. Israel afirmou que Gaza, Cisjordânia, as Colinas de Golã e o Sinai só voltariam à soberania de seus países se em troca os árabes reconhecessem o direito de Israel à existência e tivesse garantias de que novos ataques não ocorressem. As lideranças árabes, ainda remoendo a derrota, reuniram-se em agosto para discutir o futuro do Oriente Médio. Decidiram por uma política de não-paz e com relação aos palestinos resolveram defender seus direitos nos territórios ocupados em todos os fóruns internacionais.

O Egito, no entanto, finalmente resolveu negociar a estabeleceu a paz com Israel, num encontro entre Menachem Begin e Anwar el Sadat. Em 1982, a Península do Sinai retornou ao Egito em troca do pleno reconhecimento diplomático de Israel. Pouco depois o mesmo ocorreu com a Jordânia que recebeu de volta seus territórios. Em 2005, Israel deixou a Faixa de Gaza, mas voltou a atacá-la reiteradamente em represália a ataques com foguetes depois que o Hamas foi eleito para administrar a região. Acordos de paz entre Israel e palestinos, Jerusalém Oriental, Colinas de Golã, essas questões e outras mais continuam sendo motivo de grandes atritos, ameaçando a paz e a segurança de todo o Oriente Médio.

Fonte: UOL/OPERAMUNDI