A Noite dos Longos Punhais (em alemão, Nacht der langen Messer) foi um expurgo que aconteceu na Alemanha Nazista na noite do dia 30 de junho para 1 de julho de 1934, quando a direção do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (o Partido Nazista) decidiu executar dezenas de seus membros políticos, sendo a maioria da SA.
Adolf Hitler revoltou-se contra o líder da SA, Ernst Röhm, pois este ansiava em transformar seus liderados, chamados de camisas pardas, no embrião do futuro exército da Alemanha Nazista e via o uso da violência nas ruas como melhor modo de disciplina, algo totalmente contra o regime que Hitler queria impor na sociedade alemã. Além disso, os interesses de Röhm chocavam-se com os do Reichswehr, o exército alemão do período entre-guerras. Seus oficiais - em especial o marechal Paul von Hindenburg, presidente da nação na época - não toleravam a figura de Röhm, em razão de sua homossexualidade, fraqueza a vícios e o medo de que Röhm viesse a tentar derrubar o regime nazista e assumir ele mesmo o poder. Hitler, chanceler da Alemanha nomeado por Hindenburg, decidiu não entrar em choque com o poder político dos militares e, ao invés disso, fazer um expurgo das autoridades máximas da SA e de seus inimigos políticos.
Pelo menos oitenta e cinco pessoas morreram durante os acontecimentos e milhares foram presas. A maioria das mortes foi causada pela SS (Schutzstaffel – Esquadrão Protetor), um grupo de elite especial, e pela Gestapo (Geheime Staatspolizei), a polícia secreta. Com o expurgo, foi consolidado o apoio do Reichswehr a Hitler.
Antes do seu acontecimento, o evento foi classificado com o codinome "colibri" (em alemão: Kolibri), escolhido aleatoriamente, que se tornou palavra-chave para iniciar a operação. A frase "Noite dos Longos Punhais" origina-se de um verso de uma canção da SA que tem como assunto principal massacres, e já havia sido usada para designar um episódio da história britânica, quando os invasores germânicos (saxões, anglos e jutos) convidaram os chefes celtas (bretões e galeses) para um banquete de paz e mataram todos com punhais escondidos sob a roupa. Devido ao peso da expressão, a Alemanha refere-se a este assunto com o nome de "Röhm-Putsch", nome empregado pela propaganda nazista na época.
Na manhã de 30 de junho de 1934, Hitler e suas tropas voaram para Munique. Do aeroporto, eles foram para o Ministério do Interior da Baviera, onde se reuniu com dirigentes da SA, que tinham organizado uma briga de rua na noite anterior. Enfurecido, Hitler retirou as medalhas e a parte de cima do uniforme de Obergruppenführer de um chefe da polícia de Munique, por desobedecer suas ordens de manter a cidade em ordem. Hitler, acompanhado de seus seguidores, de uma grande tropa da SS e da polícia comum, foi para um hotel em Bad Wiessee, onde estava marcado o encontro entre Röhm e seus comandados.
Os arquitetos do expurgo: Hitler, Göring, Goebbels e Hess. Só está faltando Himmler
Chegando aos quartéis de Munique, Hitler fez um discurso para a população. Consumido de ódio, ele denunciou Röhm como "o pior traidor da história da humanidade" e disse ainda que "figuras desobedientes, sem disciplina e doentes" seriam mortas. A platéia, que continha membros da SA que escaparam da prisão, aprovou o discurso. No retorno a Berlim, Goebbels telefonou para Göring usando o codinome "Kolibri", sinal para colocar a Gestapo nas ruas e executar os inimigos do governo.
Fonte: Opera Mundi - Fotos: Wikipédia - Noticias Sobre Aviação
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