Sobreviventes e parentes de vítimas fazem cerimônia; primeiro-ministro não comparece.

Os britânicos lembram nesta quarta-feira os cinco anos dos ataques de 7 de julho de 2005, que deixaram 52 pessoas mortas e mais de 770 feridas no centro de Londres.

Executados por quatro homens-bomba, os ataques suicidas coordenados ocorreram na hora do rush da manhã na capital britânica, e tiveram como alvo o sistema de transporte público.

Três bombas explodiram em trens do metrô e outra atingiu um ônibus.

Nesta quarta-feira, um grupo de familiares das vítimas e sobreviventes se reuniram no Hyde Park, um dos maiores parques de Londres, e depositaram flores em um monumento composto por 52 pilares de aço que representam os mortos pelos atentados.

Alguns dos participantes afirmaram estar decepcionados com o governo britânico, já que nenhuma cerimônia oficial para lembrar os ataques foi marcada.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, não compareceu à cerimônia, mas enviou uma coroa de flores em seu nome.

A coroa trazia uma mensagem escrita à mão pelo premiê, que dizia: "Em memória das vítimas do terrorismo de 7 de julho de 2005 em Londres. Elas nunca serão esquecidas".

Decepção

Apesar da mensagem, Graham Foulkes, que perdeu o filho de 22 anos nos ataques, criticou a ausência de Cameron.

"Eu não acho que nenhum de nós queira que isto se torne um grande evento anual, mas penso que, ao menos no quinto aniversário, o que o primeiro-ministro deveria fazer é comparecer e deixar uma coroa de flores", disse.

Já a advogada Thelma Stober, que perdeu parte de uma das pernas no atentado, afirmou que o grupo de sobreviventes e familiares das vítimas procurou o Departamento de Cultura, Mídia e Esportes britânico para saber se haveria alguma cerimônia para lembrar os ataques, mas o órgão teria afirmado que "nada seria feito porque haveria muitos aniversários".

Um porta-voz do departamento, no entanto, afirmou que muitas famílias disseram que não queriam que o governo comandasse as cerimônias neste ano.

"Eles preferiram lembrar seus entes queridos a seu modo", disse o porta-voz.

Em Leeds, cidade a cerca de 310 km ao norte de Londres, uma mesquita iria receber um evento em memória das vítimas.

Segundo os organizadores do evento, o objetivo do evento é lembrar as vítimas e apontar as contribuições positivas que os muçulmanos deram à Grã-Bretanha.

Os autores dos ataques tinham origem muçulmana e ligações com a cidade.

Segurança

Cinco anos após os atentados, o metrô de Londres afirma que já foram dados "grandes passos" para aumentar a segurança do sistema.

Desde os incidentes, foram implementados sistemas de comunicação digital para os funcionários do metrô.

Os funcionários também receberam um treinamento especial para lidar com situações de emergência.

Além disso, o número de câmeras de vigilância passou de 8,5 mil para 12 mil nos últimos cinco anos.

"Nós aumentamos muito o número de câmeras na rede. Nós temos mais câmeras que qualquer metrô do mundo", disse o diretor-gerente do metrô londrino Mike Brown.

Fonte: Estadão