O ministério chinês da Defesa anunciou na quinta-feira que suas forças navais realizaram vários exercícios no mar do Sul da China, uma zona estratégica, reivindicada por vários países do Sudeste Asiático.
A atividade foi supervisionada pelo general Chen Bingde, chefe do Estado-Maior do Exército de Libertação Popular, que tem 3 milhões de soldados, disse o Ministério da Defesa em seu site (www.mod.gov.cn).
A nota não revela exatamente quando as manobras ocorreram ou quantos navios e soldados participaram. Mas explica que mísseis teleguiados foram disparados e que houve simulação de ataques antiaéreos, além de interferência eletromagnética.
"Prestem muita atenção às mudanças no desenvolvimento da missão, preparem-se convenientemente para o combate", disse Chen a subordinados, segundo a nota.
A China ficou furiosa ao se sentir vítima de uma "emboscada" na semana passada num importante fórum asiático de segurança, onde reivindicações territoriais de outros países sobre o mar do Sul da China foram colocadas na pauta. Brunei, Malásia, Taiwan, Filipinas e Vietnã há anos reivindicam zonas marítimas controladas por Pequim. A área é rica em recursos energéticos e importante para a navegação.
Durante uma década e meia, Pequim conseguiu manter essa discussão fora da pauta do Fórum Regional Asean. Mas no encontro da semana passada, em Hanói, 12 dos 27 membros - inclusive alguns sem interesse direto na disputa territorial - abordaram questões marítimas.
A chancelaria chinesa acusou a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, que participava do evento, de ter promovido um ataque mal disfarçado aos interesses chineses.
A imprensa estatal da China então alertou os EUA a alterarem suas políticas para levarem em conta o papel de Pequim como um ator importante no cenário mundial, caso Washington deseje evitar atritos e instabilidade.
As relações de defesa entre EUA e China também foram abaladas por um exercício militar conjunto EUA-Coreia do Sul ocorrido nesta semana. As manobras deveriam servir de alerta à Coreia do Norte, mas ocorreram perto das águas chinesas.
Por outro lado, o crescente poderio militar chinês preocupa muitos dos seus vizinhos, inclusive Japão e Taiwan, uma ilha autônoma que Pequim considera ser uma "província rebelde" da China.
Recentemente, o Vietnã encomendou da Rússia seis submarinos da classe Kilo, o que analistas viram como parte dos esforços de Hanói para contrabalançar a crescente presença naval chinesa na região.
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