Uma cópia exata da bomba Little Boy, no pós-guerra
Cerca de uma hora antes do bombardeamento, a rede japonesa de radar de aviso prévio detectou a aproximação de um avião americano em direcção ao sul do Japão. O alerta foi dado e a radiodifusão foi suspensa em várias cidades, entre elas Hiroshima.
Fotografia de Hiroshima após o bombardeamento
O avião aproximou-se da costa a grande altitude. Cerca das 8:00, o operador de radar em Hiroshima concluiu que o número de aviões que se aproximavam era muito pequeno - não mais do que três, provavelmente - e o alerta de ataque aéreo foi levantado. Para poupar combustível, os japoneses tinham decidido não interceptar formações aéreas pequenas, as quais presumiam ser, na sua maioria, aviões meteorológicos. Os três aviões em aproximação eram o Enola Gay, The Great Artist (em português, "O Grande Artista") e um terceiro avião sem nome na altura mas que viria a ser mais tarde batizado de Necessary Evil ("Mal Necessário"). O primeiro avião transportava a bomba, o segundo tinha como missão gravar e vigiar toda a missão, e o terceiro foi o avião encarregado de fotografar e filmar a explosão.
No aviso radiodifundido foi dito às populações que talvez fosse aconselhável recolherem aos abrigos antiaéreos caso os B-29 fossem realmente avistados, embora nenhum ataque fosse esperado para além de alguma missão de reconhecimento. Às 8:15, o Enola Gay largou a bomba nuclear sobre o centro de Hiroshima. Ela explodiu a cerca de 600 m do solo, com uma explosão de potência equivalente a 13 kton de TNT, matando um número estimado de 70.000 a 80.000 pessoas instantaneamente. Pelo menos 11 prisioneiros de guerra dos E.U.A. morreram também. Os danos infraestruturais estimam-se em 90% de edifícios danificados ou completamente destruídos.
Hiroshima antes do bombardeamento
Hiroshima depois do bombardeamento
Fonte: Wikipédia - Fotos: Wikimedia Commons - Noticias Sobre Aviação
5 Comentários
OS VERGONHOSOS BOMBARDEAMENTOS ATÔMICOS DE HIROSHIMA E NAGASAKI AUTORIZADOS POR TRUMAN, NUMA DEMONSTRAÇÃO DESPROPORCIONAL DE FORÇA E LOUCURA, PODERIAM MUITO BEM SER REALIZADOS EM ILHAS INABITADAS DO PACÍFICO, FORÇANDO A RENDIÇÃO INCONDICIONAL DO JAPÃO.
PORTANTO, AMIGOS, ADOLF HITLER NUNCA FOI E NUNCA SERÁ O ÚNICO BANDIDO DA HISTÓRIA MODERNA.
INFELIZMENTE, COM EXCESSÃO DO BRASIL, OS VITORIOSOS SEMPRE ESCREVEM A HISTÓRIA.
O Holocausto judeu horroriza pelo dia-a-dia, a lembrança do crime, pelo seu quotidiano "normal", com burocratas contabilizando pacientemente quantos óculos sobraram nas câmaras de gás, quantos dentes de ouro e ninguém lembra de ao menos um Hibakusha.
Ainda hoje é fascinante ler a racionalização dos americanos para justificar a morte dos japoneses, como se apenas se tivesse tratado duma desinfecção de qualquer centro comercial dos nossos dias.
A bomba de Hiroshima explodiu diante da humanidade já anestesiada pela banalização de 20 milhões de mortes na II Guerra e pelo massacre dos judeus.
A destruição de Hiroshima e Nagasaki não era necessária. O mundo já não estava em perigo pois o Japão estava de joelhos, rendendo-se, querendo só preservar o imperador Hiroito e a monarquia instituída.
A "razão" de tal loucura foi o "presidente" e os "generais" quererem testar um "brinquedo" novo. Truman escreveu no seu diário, depois do primeiro teste da bomba atômica em Los Allamos:
- É incrível! É o mais destruidor aparelho já construído pelo homem! No teste, fez uma torre de aço de 60 metros transformar-se num sorvete quente!
Assim como os nazis elaboraram uma "normalidade" burocrática para a "solução final", os americanos criaram uma lógica "científica" para o seu crime. Por isso, Hiroshima não sujou o nome da América tanto como o Holocausto manchou para sempre o nome da Alemanha. Até hoje, quando se fala em alemão, pensa-se em Hitler, enquanto Hiroshima quase nos soa como uma catástrofe "natural", inevitável, um brutal remédio no calor da guerra... O crime dos alemães "justificou" e, "absolveu" o "crime" americano. Como é que os americanos saíram limpos deste crime?
Em agosto o mundo relembra com muito pesar o maior "Crime de Guerra" já desferido contra a humanidade. O holocausto nuclear contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Crime ao qual jamais seus "culpados" foram sequer "acusados", muito pelo contrário, foram recebidos e tratados como heróis em todo o mundo."
J Gomes
O racismo de Harry Truman
http://www.nacaomestica.org/TrumanMFP.htm
História da discriminação brasileira contra os japoneses sai do limbo
Tema esquecido pela historiografia brasileira, discriminação social e institucional contra japoneses foi defendida por grandes nomes do pensamento nacional, como o sociólogo Oliveira Vianna
http://integras.blogspot.com/2008/04/histria-da-discriminao-brasileira.html
Racismo no Brasil?
http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=901
Da xenofobia pintada de amarelo ao ‘quase silêncio’ dos intelectuais
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2008/ju399pag3.html
Nova história - Pesquisadores da Usp, Unicamp e Fapesp revisam passado e tiram "Racismo Amarelo" do limbo especial.
Embora eu enalteça as realizações da comunidade nikkei, que se desenvolveu e se faz respeitar no Brasil, concentrei os meus estudos no lado B da imigração", diz Marcia Yumi Takeuchi, pesquisadora e coordenadora do módulo Japoneses do Proin - uma parceria entre o Arquivo do Estado de São Paulo e o departamento de história da USP, apoiado pela Fapesp. Ela faz parte de uma nova geração de historiadores que passou a tratar mais abertamente a questão do racismo e da intolerância contra os japoneses na história brasileira (a maior parte das informações contidas na reportagem acima foram obtidas nas obras que serão citadas a seguir). Um núcleo importante desses estudos está ligado à professora Maria Luiza Tucci Carneiro, da USP, que coordena o Proin e o Leer/USP laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação.
Takeuchi acaba de lançar, dentro da coleção "Imigrantes no Brasil", da editora Lazuli, o volume "Japoneses - A Saga do Sol Nascente", um relato conciso e esclarecedor dos principais momentos vividos pela colonização centenária. Em maio, ela lança pela editora Humanitas a sua dissertação de mestrado "O Perigo Amarelo - Imagens do Mito, Realidade do Preconceito (1920-1945)", um dos principais estudos sobre a questão do racismo contra os japoneses no Brasil.
Rogério Dezem, do Proin, é autor de "Matizes do "Amarelo'" (Humanitas, 2005), que, além dos japoneses, analisa o preconceito contra a pequena imigração chinesa no século 19 -os primeiros chineses vieram por solicitação da corte de d. João 6º para iniciar o cultivo de chá no Brasil.
Dezem e Takeuchi haviam pesquisado os prontuários da repressão aos japoneses no Dops e publicaram "Shindô-Renmei - Terrorismo e Repressão" (de Dezem, em 2000) e "O Perigo Amarelo em Tempos de Guerra" (de Takeuchi, em 2002), ambos pelo Arquivo do Estado/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
http://www.usp.br/proin/download/imprensa/imprensa_fapesp_22_04_2009.pdf
Os intelectuais diante do racismo antiniponico no Brasil: textos e silencios
http://cutter.unicamp.br/document/?code=vtls000222561
A pronúncia das primeiras sílabas foi suficiente para que 100 milhões de pessoas identificassem quem falava. Era a mesma voz que quatro meses antes se dirigira aos japoneses, pela primeira vez em cinco mil anos de história do país, para anunciar que havia chegado o momento de “suportar o insuportável”: a rendição do Japão às forças aliadas na Segunda Guerra Mundial.
Mas agora o dono da voz, Sua Majestade o imperador Hiroíto, tinha revelações ainda mais espantosas a fazer a seus súditos. Embora ele falasse em keigo - uma forma arcaica do idioma, reservada aos Filhos dos Céus e repleta de expressões chinesas que nem todos compreendiam bem -, todos entenderam o que Hiroíto dizia: ao contrário do que os japoneses acreditavam desde tempos imemoriais, ele não era uma divindade.
(...) Petrificados, milhões de japoneses tomaram consciência da verdade que ninguém jamais imaginara ouvir: diferentemente do que lhes fora ensinado nas escolas e nos templos xintoístas, Hiroíto reconhecia que era filho de dois seres humanos.
(...) Foi como se tivessem jogado sal na ferida que a rendição, ocorrida em agosto do ano anterior, havia aberto na alma dos japoneses. O temido Exército Imperial do Japão, que em inacreditáveis 2.600 anos de guerras jamais sofrera uma única derrota, tinha sido aniquilado pelos aliados.
O novo xogum, o chefe supremo de todos os japoneses, agora era um gaijin, um estrangeiro, o general americano Douglas MacArthur, a quem eram obrigados a se referir, respeitosamente, como Maca-san, o ‘senhor Mac’.
Como se não bastasse tamanho padecimento, o Japão descobria que o imperador Hiroíto era apenas um mortal, como qualquer um dos demais 100 milhões de habitantes.
Mesmo carregada de microfonia e ainda menos compreensível pelas ondas do rádio, a voz arrastada deu a volta no planeta.
(...) No Brasil eram nove horas da noite quando a voz foi captada em um pequeno rádio Vestingal - como eram chamados os aparelhos da marca Westinghouse – na casa de um anônimo chacareiro brasileiro do bairro Coim, nos arredores da cidade de Tupã, a 550 quilômetros de São Paulo.”
*Trecho do livro de Fernando Morais, "Corações Sujos", que relata como foi o dia em que o imperador Michinomiya Hirohito, póstumo nome de Showa, anunciou aos súditos que não era uma divindade.
P.S. É lamentável que poucos possam, ou podem, ou conseguem, ou querem, decifrar o que se esconde por trás desse pronunciamento de Hirohito. Mas a história é sempre contada pelos vencedores e, como bem diz Fidel Castro: "A história me absolverá". E a história já absolveu Fidel Castro, se a história não absolveu Hirohito, deveria, ao menos, punir os responsáveis pelo Holocausto Nuclear de Hiroshima e Nagazaki onde vitimou civis inocentes. Quem sabe isso não venha a acontecer em um belo dia de sol, ou em uma noite escura e sem estrelas, ou em uma tarde nebulosa, ou em um frio e chuvoso domingo.
Alan García pede perdão por perseguição a japoneses no Peru em 1941
Lima, 14 jun (EFE) - O presidente do Peru, Alan García, pediu nesta terça-feira perdão em nome de sua nação ao Governo do Japão e aos peruano-japoneses pelas violações de direitos humanos registrados no país sul-americano durante a II Guerra Mundial.
"Peço perdão pelo atentado do Peru contra os direitos humanos (de peruano-japoneses) em 1941. Nessa época perderam seus negócios e foram deportados em massa para campos de concentração nos Estados Unidos. Muitos deles não voltaram. É por isso que peço perdão",afirmou García.
O líder peruano garantiu que os fatos registrados em 1941 no Peru contra a comunidade japonesa no país foram "um grave delito que ficou no silêncio como se nada tivesse ocorrido", acrescentou durante a inauguração das obras de ampliação da Clínica Centenário Peruano Japonesa, em Lima.
"Perdoem aqueles que cometeram esse grave delito e olhemos para o futuro", disse García, avaliando positivamente as atuais relações entre Peru e Japão.
As severas sanções aos japoneses que moravam no Peru, e representavam uma das maiores colônias japonesas da América do Sul, foram tomadas pelo Governo da época devido ao ataque japonês à base americana de Pearl Harbor. e incluiu o fechamento de negócios e escolas, além de perseguições e deportações.
Atualmente, a comunidade japonesa no Peru é uma das maiores da América Latina, com cerca de 100 mil descendentes de imigrantes. Em 2009, foram celebrados em Lima, com a participação dos príncipes Hitachi, os 110 anos do início da migração japonesa ao Peru.
http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2011/06/14/alan-garcia-pede-perdao-por-perseguicao-a-japoneses-no-peru-em-1941.jhtm
OBS: No Peru tem cerca de 100 mil descendentes de imigrantes japoneses?? No BraZil são quase 2 milhões...