Presos em flagrante em dezembro de 2007, três homens tentavam tirar da Bulgária um antigo Panzer IV, para vendê-lo no mercado negro, onde seu preço facilmente excede 100 mil euros. Dois deles eram alemães, que trabalham colecionadores cada vez mais famintos por relíquias históricas, e o último era Alexei Petrov, major do Exército Búlgaro.
Hoje, Petrov é réu num julgamento, sob a acusação de formação de quadrilha e podendo ser condenado a 15 anos de cadeia.
Naquela época, cerca de 80 tanques e canhões de assalto alemães ainda estavam semi-enterrados na fronteira búlgara com a Turquia, como parte da “Linha Krali Marko”, que visava proteger o país de uma invasão durante a Guerra Fria.
Dois meses antes do grupo ser pego, o lendário Tsaritsa – um canhão de assalto Sturmgeschütz III Ausf. G fabricado em 1943 – desapareceu da área próxima ao vilarejo de Fakia. Dizem que o veículo foi um presente pessoal de Hitler para a rainha-mãe Yoana, daí seu apelido. Acredita-se que foi carregado em um caminhão e levado para a Alemanha, onde foi vendido.
A história é curiosa não apenas por ser o primeiro roubo de um tanque do Exército Búlgaro, mas por ter causado o início de uma série de medidas para impedir a perda de um dos maiores tesouros militares nacionais, a chamada Coleção de Tanques do Ministério da Defesa.
Contudo, muitos argumentam que o trio não poderia ter agido sozinho, e que teriam que ter proteção de alguém dentro do Estado-Maior Búlgaro. Se não fosse pela prisão de Petrov, até hoje tanques poderiam estar desaparecendo do país.
“Ninguém sabe exatamente como funcionava o esquema e quem participava. Logo após o escândalo, um general deixou o Estado-Maior. O Major Alexei Petrov nunca recebeu uma ordem escrita, mas foi 100% ordenado a ajudar os alemães. Ele estava cumprindo uma ordem verbal, que nunca poderá ser provada”, disse Kaloyan Matev, historiador búlgaro que pesquisa os tanques na fronteira.
Após a notícia da prisão, o Ministério da Defesa ordenou que todos os tanques fossem removidos da fronteira e levados para Yambol, onde jazem hoje em um pátio.
Os antigamente temidos panzers agora merecem pena – inteiramente cobertos de ferrugem e com muitas peças faltando, enquanto alguns têm buracos de onde partes foram cortadas para venda. Entre eles está um Panzer IV Ausf. F, apelidado de “cabriolet”, porque sua torre inteira foi roubada, certamente vendida como ferro-velho.
No mesmo pátio está o Panzer IV que seria roubado da Bulgária. O caso ainda está em andamento no tribunal militar de Sliven.
O curioso é que uma semana após sua prisão, os alemães foram liberados por fiança, mas tiveram seus passaportes confiscados e foram proibidos de deixar o país. Contudo, em abril de 2010 foram flagrados em sua cidade natal na Alemanha, dando entrevistas para a mídia local e explicando como cruzaram a fronteira com a Grécia a pé.
A opinião predominante é que devem receber sentenças simbólicas. Do contrário, poderiam ir a público e revelar nomes de oficiais-generais do Estado-Maior envolvidos no caso.
Fonte: The Sofia Echo, 6 de agosto de 2010. - Via Sala de Guerra
Hoje, Petrov é réu num julgamento, sob a acusação de formação de quadrilha e podendo ser condenado a 15 anos de cadeia.
Naquela época, cerca de 80 tanques e canhões de assalto alemães ainda estavam semi-enterrados na fronteira búlgara com a Turquia, como parte da “Linha Krali Marko”, que visava proteger o país de uma invasão durante a Guerra Fria.
Dois meses antes do grupo ser pego, o lendário Tsaritsa – um canhão de assalto Sturmgeschütz III Ausf. G fabricado em 1943 – desapareceu da área próxima ao vilarejo de Fakia. Dizem que o veículo foi um presente pessoal de Hitler para a rainha-mãe Yoana, daí seu apelido. Acredita-se que foi carregado em um caminhão e levado para a Alemanha, onde foi vendido.
A história é curiosa não apenas por ser o primeiro roubo de um tanque do Exército Búlgaro, mas por ter causado o início de uma série de medidas para impedir a perda de um dos maiores tesouros militares nacionais, a chamada Coleção de Tanques do Ministério da Defesa.
Contudo, muitos argumentam que o trio não poderia ter agido sozinho, e que teriam que ter proteção de alguém dentro do Estado-Maior Búlgaro. Se não fosse pela prisão de Petrov, até hoje tanques poderiam estar desaparecendo do país.
“Ninguém sabe exatamente como funcionava o esquema e quem participava. Logo após o escândalo, um general deixou o Estado-Maior. O Major Alexei Petrov nunca recebeu uma ordem escrita, mas foi 100% ordenado a ajudar os alemães. Ele estava cumprindo uma ordem verbal, que nunca poderá ser provada”, disse Kaloyan Matev, historiador búlgaro que pesquisa os tanques na fronteira.
Após a notícia da prisão, o Ministério da Defesa ordenou que todos os tanques fossem removidos da fronteira e levados para Yambol, onde jazem hoje em um pátio.
Os antigamente temidos panzers agora merecem pena – inteiramente cobertos de ferrugem e com muitas peças faltando, enquanto alguns têm buracos de onde partes foram cortadas para venda. Entre eles está um Panzer IV Ausf. F, apelidado de “cabriolet”, porque sua torre inteira foi roubada, certamente vendida como ferro-velho.
No mesmo pátio está o Panzer IV que seria roubado da Bulgária. O caso ainda está em andamento no tribunal militar de Sliven.
O curioso é que uma semana após sua prisão, os alemães foram liberados por fiança, mas tiveram seus passaportes confiscados e foram proibidos de deixar o país. Contudo, em abril de 2010 foram flagrados em sua cidade natal na Alemanha, dando entrevistas para a mídia local e explicando como cruzaram a fronteira com a Grécia a pé.
A opinião predominante é que devem receber sentenças simbólicas. Do contrário, poderiam ir a público e revelar nomes de oficiais-generais do Estado-Maior envolvidos no caso.
Fonte: The Sofia Echo, 6 de agosto de 2010. - Via Sala de Guerra
Coberto de ferrugem, um Panzer IV Ausf. J, fabricado em 1944.
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