Enquanto isso, o Ministério Público Federal discute com a Eletronuclear e com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) a paralisação das obras de Angra 3 (prevista para 2015).
A etapa da construção civil das 11 edificações que em 2014 irão compor a central termonuclear começa a tomar forma. O prédio central, que abrigará este reator, já está em fase avançada e, em paralelo, os operários trabalham nas fundações dos demais edifícios que devem suportar, segundo explicou o coordenador, do impacto de pequenas aeronaves a tempestades mais severas, como tornados, fenômenos estes não muito raros no interior do Estado de São Paulo.
É uma verdadeira usina que poderia ser chamada de Iperó-1, ou, como preferiu referir-se Ferreira Marques, "Eu diria a você Brasil-Marinha-Iperó-1".
A construção desta central nuclear se deu pela necessidade de realizar testes intensivos no reator que equipará o futuro submarino que, de acordo com o capitão, é uma verdadeira usina que se desloca. Inclusive o coração dessa usina utiliza a mesma tecnologia empregada nas centrais termonucleares de Angra, a PWR, com água pressurizada para geração de energia.
Início
Esse projeto começou na década de 1970, em São José dos Campos (SP). A meta de desenvolver um projeto de propulsão movido a energia nuclear pela Marinha se deu em função da inexistência de uma indústria nacional que detivesse a tecnologia para o seu desenvolvimento. "Naquela época, havia necessidade de criar toda uma infraestrutura que não existia no Brasil, por isso a Marinha teve de se envolver em pesquisas para sua aplicação na defesa da soberania nas águas nacionais", explicou o oficial, que é capitão-de-mar-e-guerra. Com esse objetivo em foco, uma área de oito milhões de metros quadrados (pertencente à Fazenda Ipanema), localizada no limite da pequena cidade, próxima de Sorocaba, foi a escolhida para receber o centro da Marinha. Ferreira Marques enumerou diversas vantagens que levaram à escolha
. A Marinha já estava atrás de uma área que reunisse as condições encontradas aqui, entre elas a que disponibilizasse uma linha de transmissão - e neste local passa justamente a linha da usina hidroelétrica de Itaipu, que corta o terreno do Centro.
"Precisamos de abastecimento de um grande volume de energia para as atividades de Aramar, não somente para receber essa energia, mas para realizar o escoamento da produção do reator", comentou ele. Além disso, destacou a característica inóspita da área, a proximidade aos maiores centros urbanos do País e o isolamento obtido para contornar qualquer incidente ou emergência, seja de caráter físico ou nuclear, que possa ocorrer.
Abastecimento
A fase mais adiantada de implantação é a de conversão do concentrado de urânio (yellow cake) em hexafluoreto de urânio (UF6), atividade que é realizada no Canadá no caso de atendimento das centrais nucleares de Angra dos Reis. As ultracentífugas que realizam o enriquecimento do urânio e os equipamentos para sua conversão em pastilhas já estão em operação.
"Um dos desafios para a operação do submarino é o fornecimento de combustível, pois ninguém vai vender esse produto, já que a meta é aplicação em defesa; há uma restrição das outras nações em fazer a venda. Encaramos o fato como uma medida natural. Por questão de soberania, uma nação não contribui com a defesa da outra", explicou.
Aramar está a poucos meses de iniciar esse processo de conversão do concentrado de urânio para UF6. A previsão é de a Usexa, unidade responsável pela atividade, operar em 2011. Ferreira Marques não indicou uma data específica de inauguração. Atualmente, a unidade, que pode ser vista da rodovia que dá acesso ao complexo da Marinha, passa por testes nos sistemas de segurança.
Quando entrar em operação, o CEA terá capacidade instalada de 40 toneladas de UF6 por ano e atenderá todas as necessidades da Marinha. O excedente ainda será insuficiente para atender as usinas de Angra dos Reis. Segundo o capitão, essa demanda será suprida pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que construirá com o auxílio da própria Marinha, uma planta cerca de 30 vezes maior que a de Aramar. "Atendemos prioritariamente o nosso programa nuclear e, de forma secundária, a matriz energética nacional. Aqui é apenas o catalisador da pesquisa que é utilizado para evitarmos erros e aplicarmos esse conhecimento em escalas maiores com total segurança", acrescentou. Mesmo com a proximidade das operações para as quais foi projetado, Ferreira Marques afirma que Aramar nunca será finalizado. "Sempre teremos um projeto novo para pesquisa e isso impede que possamos afirmar que o CEA está terminado."
A 130 quilômetros da cidade de São Paulo, seguem em ritmo acelerado as obras da terceira usina nuclear brasileira, programada para começar a operar em 2014. Essa central, que está em desenvolvimento pela Marinha no Centro Experimental de Aramar (CEA), no município paulista de Iperó, faz parte do seu programa nuclear, cujo objetivo é desenvolver o sistema de propulsão do primeiro submarino nuclear nacional, previsto para 2020.
A central é uma miniusina que terá como função simular o funcionamento, em escala real, do reator que equipará esse "vetor de patrulhamento", conforme classifica o coordenador do Programa Propulsão Nuclear, comandante André Luís Ferreira Marques.
A fase mais adiantada de implantação é a de conversão do concentrado de urânio (yellow cake) em hexafluoreto de urânio (UF6), atividade que é realizada no Canadá para atender as centrais nucleares de Angra dos Reis. As ultracentrífugas que realizam o enriquecimento do urânio e os equipamentos para sua conversão em pastilhas já estão em operação.
Aramar está a poucos meses de iniciar esse processo de conversão do concentrado de urânio para UF6. A previsão é de a Usexa, unidade responsável pela atividade, operar em 2011. Atualmente, a unidade passa por testes nos sistemas de segurança.
Quando entrar em operação, o CEA terá capacidade instalada de 40 toneladas de UF6 por ano e atenderá a todas as necessidades da Marinha. O excedente ainda será insuficiente para atender as usinas de Angra dos Reis.
Segundo o capitão, essa demanda será suprida pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que com o auxílio da Marinha construirá uma planta cerca de 30 vezes maior que a de Aramar. "Atendemos prioritariamente o nosso programa nuclear e, de forma secundária, a matriz energética brasileira. Aqui é apenas o catalisador da pesquisa, que é utilizado para evitar erros e aplicar esse conhecimento em escalas maiores com total segurança", acrescentou. Mesmo com a proximidade do início da operação, Marques afirma que Aramar sempre terá um projeto novo.
Na sexta-feira, a Eletronuclear informou que a Usina Angra 1 teve de ser desligada. A empresa garantiu que os equipamentos que apresentaram problema não têm contato com a área onde está a radioatividade.
Fonte: DCI
0 Comentários