A guerra computadorizada silenciosamente se tornou um dos pilares centrais do planejamento estratégico israelense, com uma nova unidade de inteligência militar estabelecida para incorporar táticas sofisticadas de invasão de sistemas de computação, disseram fontes dos serviços de segurança israelenses na terça-feira (28).
A busca de opções por Israel quanto à sabotagem dos sistemas centrais de computação de adversários como o Irã, e de mecanismos de proteção aos seus sistemas sensíveis, foi revelada no ano passado pelo major-general Amos Yadlin, chefe do serviço de inteligência militar.
O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, desde então passou a atribuir prioridade nacional à guerra computadorizada, "em companhia da defesa contra mísseis e da preparação da frente interna para resistir a uma futura guerra de mísseis", disse uma fonte de alto escalão, sob a condição de que seu nome não fosse revelado.
Revelações de que um sofisticado worm, o Stuxnet, havia sido descoberto no reator nuclear iraniano em Bushehr e que o vírus pode ter atingido outras porções do programa nuclear iraniano levaram especialistas estrangeiros a sugerir possível responsabilidade israelense.
Israel se recusou a comentar sobre operações específicas. Os analistas dizem que capacidades de guerra computadorizada oferecem uma alternativa clandestina de ataque, em comparação aos ataques aéreos israelenses que muitos antecipam contra o Irã, mas que poderiam enfrentar imensas dificuldades operacionais bem como o risco de causar uma guerra regional.
De acordo com as forças de segurança, ao longo dos dois últimos anos o serviço de inteligência militar, que se especializa em escutas, observação via satélite e outras formas de espionagem eletrônica, estabeleceu uma unidade especial para a guerra de computação, formada por oficiais e soldados.
As fontes não informam que proporção do trabalho dessa unidade pode ser considerada ofensiva, mas apontam que as defesas de Israel contra ataques computadorizados são primordialmente responsabilidade do Shin Bet, o serviço de segurança interna.
Em qualquer caso, a defesa ou ataque de redes sensíveis são disciplinas interconectadas. As empresas de alta tecnologia de Israel frequentemente empregam veteranos de unidades militares de computação.
Forças de segurança afirmam que Israel despertou para a possibilidade de guerra cibernética no final dos anos de 1990, quando o Shin Bet invadiu sistemas de um depósito de combustível testar medidas de segurança e então percebeu que o sistema poderia ser reprogramado para travar ou mesmo causar explosões.
As prioridades defensivas de Israel sugerem que o país pode evitar uma confrontação aberta com os iranianos, cujas instalações nucleares são distantes, numerosas, dispersas e bem fortificadas.
Uma fonte do setor de segurança de Israel afirmou que os especialistas do Ministério da Defesa do país estão debatendo sobre os méritos da guerra cibernética.
"Ela pode ser negada, é potente e o estrago que produz é muito difícil de ser acompanhado e quantificado", disse a fonte.
Fonte: G1
0 Comentários