As seis minas estavam enterradas há cerca de 60 anos e foram levadas ao local por navios estrangeiros, durante a Segunda Guerra. A primeira bomba foi descoberta por acaso, durante as escavações de uma obra de saneamento. Os operários encontraram uma grande esfera de metal. No início todos pensavam estar diante de uma botija com moedas de prata enterradas durante a ocupação holandesa na cidade. A bomba chegou a ser perfurada pelos moradores e, por sorte, não explodiu.
Especialistas usarão roupas especiais para se aproximar da mina e reconhecer onde há a janela de inspeção que indique a probabilidade de acionamento. Foram disponibilizados dois mergulhadores, 10 militares do Batalhão de Engenharia, um médico do Hospital Naval de Recife e cinco homens da Capitania dos Portos de Maceió. Além do efetivo, uma aeronave encontra-se à disposição da equipe.
Após o processo de neutralização das minas durante três horas, elas serão conduzidas, dentro de um caminhão de areia, até uma praia distante do Centro, onde serão acionadas. Segundo o comandante, antes da detonação, será feita a tentativa de queima controlada do material explosivo no interior do invólucro do artefato.
O comandante da Capitania dos Portos de Alagoas, André Pereira Meire, informou que os trabalhos ocorrerão durante o dia e a Polícia Militar (PM) fará o isolamento da área, com a retirada de pessoas e veículos do local.
- Na época da Guerra, elas atingiam e afundavam navios. Era um armamento de baixo custo e que causava um grande estrago - disse o comandante.
A explosão de uma mina pode ser letal em um raio de 45 metros e provocar danos médios, como ferimentos leves em um raio de 45 a 540 metros.
No século XVII, Maragogi era polo de resistência dos holandeses contra os portugueses e em seu litoral navios de piratas franceses, com moedas de ouro e pau- brasil, afundaram durante o período colonial, como tentativa de invasão do litoral brasileiro. Desde então, a fama de objetos enterrados e uma possível fortuna em metais preciosos povoam o imaginário da cidade. Na Segunda Guerra, virou ponto de soldados, que montaram trincheiras para vigilância do litoral alagoano e pernambucano.
Fonte: O Globo
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