Segundo Rasmussen, é a primeira vez que os dois lados cooperarão para se defenderem. Integrada por Estados Unidos, Canadá e por grande parte dos países europeus, a Otan rivalizou com a aliança militar liderada pela União Soviética durante a Guerra Fria (1945-1991).
Presente ao encontro, o presidente russo, Dmitry Medvedev, disse que após um período de relações muito tensas e difíceis foi superado. A cúpula da Otan foi a primeira com presença russa desde a guerra da Rússia contra a Geórgia, há dois anos.
Segundo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a Otan e a Rússia "transformaram uma antiga fonte de tensão numa fonte de cooperação".
Em discurso, Obama voltou a pedir ao Senado americano que aprove um tratado, negociado com a Rússia, que prevê a redução de estoques nucleares dos dois países e inspeções mútuas.
EUA devem estacionar mísseis interceptores e radares na Europa
Na sexta, os líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordaram em desenvolver um escudo de defesa antimísseis capaz de proteger os Estados Unidos e todos os países da aliança na Europa.
Como parte do sistema, os EUA devem estacionar mísseis interceptores e radares na Europa. As autoridades disseram que os 28 países integrantes da Otan investirão 200 milhões de euros para interligar os sistemas existentes com os dos americanos.
- (A decisão) oferece um papel para todos os nossos aliados. Responde às ameaças de nossos tempos - afirmou Obama.
Obama disse que o escudo da Otan será construído em torno do sistema dos EUA, conhecido como Abordagem Adaptativa por Fases, que ele anunciou no ano passado.
Isso envolverá a instalação de interceptadores de mísseis em navios no mar Mediterrâneo a partir de 2011, interceptadores no território da Romênia a partir de 2015, e na Polônia a partir de 2018.
Os EUA também pretendem instalar um radar na Turquia, outro país da Otan, mas enfrentam resistência.
A Turquia é contrária à iniciativa por não querer cooperar com a mesma Europa que lhe impõe diversos entraves à entrada na União Europeia, e, sobretudo, por temer ferir seus laços diplomáticos e estratégicos com o Irã - representante maior da ameaça balística e nuclear que tanto preocupa o Ocidente
Funcionários da aliança costumavam dizer que o sistema antimísseis se destina a conter ameaças vindas do Oriente Médio, especialmente do Irã. Até 2020, o sistema deve ser capaz de neutralizar mísseis balísticos intercontinentais, os de maior alcance.
Mas por causa das objeções da Turquia à identificação explícita de determinados Estados como ameaças, a Otan parou de se referir ao Irã para explicar a necessidade do novo sistema.
Fonte: O Globo
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