A imprensa internacional deu bastante destaque à ocupação neste domingo do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro.
A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 são vistos pela imprensa internacional como as principais razões para a ação efetiva da polícia e do exército para tentar acabar com o domínio do tráfico. De acordo com a reportagem do jornal francês Le Monde, "o Brasil tem até 2014 para pacificar as favelas". Já o The New York Times relembra que, em 2007, às vésperas dos Jogos Panamericanos, a polícia fez uma grande incursão no Complexo do Alemão e matou 19 pessoas. "Isso é resultado de uma falta de presença diária da polícia nas favelas do Rio, permitindo que gangues tomassem conta do território com armas pesadas e tráfico de drogas", diz o jornal americano.
O diário espanhol El País relata que a polícia "não encontrou resistência". O jornal critica o tempo levado pela polícia entre o anúncio do ultimato para os traficantes do Complexo do Alemão e a efetiva invasão dos morros. "Isso deu tempo para os traficantes se esconderem", aponta a reportagem do jornal.
O jornal Telegraph fez um especial multimídia com textos, galeria de imagens e vídeo sobre o embate entre polícia e traficantes no Rio. O jornal atribuiu à implantação das Unidades da Polícia Pacificadora (UPPs) o agravamento das relações entre polícia e traficantes. Há cerca de dois anos os chefes do tráfico de morros como o Dona Marta têm sido pressionados a abandonarem suas áreas de atuação devido à presença da polícia.
Vaticano - As notícias sobre o Rio de Janeiro sensibilizaram o papa Bento XVI. O arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, recebeu hoje pela manhã um fax do núncio apostólico dom Lourenço Baldisseri, transmitindo a solidariedade do papa à Igreja do Rio de Janeiro. O apoio à população do Rio foi expressado pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcísio Bertone. “O Santo Padre acompanha com profunda mágoa os graves enfrentamentos e as violências destes dias no Rio de Janeiro, particularmente na comunidade Vila Cruzeiro”. Bento XVI disse que está fazendo orações pelos mortos e pelas suas famílias. Ele também fez um apelo às autoridades para que ponham fim à desordem.
Fonte: VEJA
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