Três anos após experiências de uso de aeronaves não tripuladas na missão de paz no Haiti, o Exército fez ontem o primeiro teste em larga escala de seu Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado), em uma missão simulada de defesa do território nacional.
Ele é um avião de controle remoto usado para reconhecer terreno e identificar alvos para armas de artilharia, segundo o major Ademir Rodrigues Pereira, do Centro Tecnológico do Exército (CTEx).
Ontem, três Vants simularam este trabalho no Exercício Agulhas Negras, a maior manobra realizada pelo Exército no Sudeste em 2010. Nela, 4.500 militares simularam a defesa da região contra um hipotético exército de invasão estrangeiro.
Diferente da Polícia Federal, que comprou um Vant produzido em Israel para patrulhamento de fronteiras, o avião do Exército foi desenvolvido no Brasil.
O primeiro projeto começou em 2004 e foi coordenado pelo Ministério da Defesa. Mas, no início de 2007, o Vant ainda não estava pronto para missões reais. Por isso, as tropas brasileiras da ONU adaptaram câmeras de vídeo em aeromodelos para sobrevoar a favela de Citè Soleil - que abrigava o último grupo rebelde do Haiti.
Os aviões fizeram dezenas de missões de identificação de atiradores, barricadas e fossos antitanque. "Eles tinham também um compartimento acionado por controle remoto que usávamos para jogar panfletos de propaganda que davam avisos e explicavam para a população o trabalho da ONU", afirmou o coronel da reserva Cláudio Barroso Magno, que comandou do batalhão brasileiro da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti.
Esses aviões "artesanais" não possuíam grande autonomia de voo ou sistemas de GPS e de piloto automático. "Não eram aviões operacionais militares. Nós os usávamos para obter um resultado psicológico, para eles (rebeldes e criminosos) saberem que os estávamos observando", explicou o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, comandante da Segunda Região Militar. Segundo ele, a primeira geração do Vant desenvolvida pelo Exército ficou pronta ainda em 2007 e exemplares chegaram a ser usados em testes no Rio Grande do Sul e no Haiti, porém, quando não havia mais grandes combates no País.
Fonte: Diário do Nordeste
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