"A Otan é uma organização de defesa. Está montando um sistema de defesa contra qualquer nação do mundo que tenha mísseis e não pertença a ela", assegurou o presidente turco em uma entrevista televisiva nesta segunda-feira.
"Designar só um país, o Irã (...) é um erro e não ocorrerá. Um país em particular não será o objetivo (...). Não aceitaremos isso", acrescentou Gul.
A Otan e os Estados Unidos querem implantar um sistema de interceptação de mísseis para proteger a Europa contra o que, segundo eles, é uma crescente ameaça: lançamentos de mísseis de curto e médio alcances a partir do Oriente Médio, especificamente do Irã.
A Turquia, membro da Aliança, teme que este sistema, uma vez instalado, deteriore suas relações com o vizinho Irã e com a Rússia, que vêm melhorando nos últimos anos.
Segundo diplomatas turcos, Ancara reivindica que o escudo proteja todo o território turco e não apenas as zonas próximas ao Irã.
O governo islâmico e conservador do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan adotou uma posição mais moderada do que os países ocidentais a respeito do polêmico programa nuclear iraniano, insistindo em uma solução diplomática e rejeitando as sanções contra Teerã impostas pela ONU, o que provocou o descontentamento de Washington.
A questão do escuto antimísseis estará no centro das negociações da cúpula Otan-Rússia que acontecerá na próxima semana em Lisboa. O presidente russo Dimitri Medvedev, cujo país também desconfia do projeto já que não há garantias de que o sistema de defesa também vise a Rússia, participará da reunião.
Fonte: AFP
0 Comentários