A Arábia Saudita propôs há dois anos a criação de uma força árabe apoiada pelos Estados Unidos e a Otan para intervir no Líbano e destruir o Hezbollah, como apontam os documentos da diplomacia americana filtrados pelo WikiLeaks e citados nesta terça-feira pelo jornal britânico "Guardian".

A ideia saudita nunca foi posta em prática, mas reflete a ansiedade do país e dos EUA sobre a crescente influência iraniana no Líbano. A proposta teria sido feita pelo ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Saud al-Faisal, ao assessor especial americano sobre o Iraque, David Satterfield.


Se concretizada, a proposta marcaria a volta das forças americanas ao Líbano quase três décadas depois da saída que sucedeu o ataque em Beirute responsável pela morte de quase 300 militares americanos e franceses.

Em um documento classificado como secreto, Faisal destaca a necessidade de uma "responsabilidade de segurança" ante o desafio militar que o Hezbollah, uma milícia apoiada pelo Irã e, em menor extensão, pela Síria, representa para o governo libanês.

"EUA e Otan teriam que fornecer apoio logístico, além de cobertura aérea e naval", diz a correspondência americana.

Os diplomatas dos EUA contam ter ouvido do governo saudita que uma vitória do Hezbollah em Beirute significaria a tomada do Líbano pelo Irã.

Fonte: O Globo