Depois de formar 800 pilotos de caça da Força Aérea Brasileira (FAB), voar mais de 600 mil horas, as últimas 12 aeronaves AT-26 Xavantes encerraram suas ativiadades, nessa quinta-feira, na Base Aérea de Natal (Bant), onde foi feito voo de despedida. Os caças foram conduzidos pelos pilotos mais novos, que ainda levaram junto alguns dos antigos condutores das aeronaves. A homenagem teve a participação do Brigadeiro Ivan da Frota, responsável por trazer o avião ao Brasil. O jato foi o primeiro dos 166 fabricados pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) em 1971, e participou de várias missões de combate, principalmente, na defesa das fronteiras do país.


Após 39 anos de serviço, a Força Aérea Brasileira retirou do serviço operacional os caças AT-26 Xavante.

O Xavante levantou voo pela primeira vez em 1971, mas a aeronove chegou em Natal três anos depois e estava operando até ontem. A Bant era a última unidade aérea que ainda utilizava caças desse tipo. Segundo o Comandante Geral de Operações Aérea, Tenente Brigadeiro Gilberto Antônio Saboya Burnier, o Xavante foiresponsável pela consolidação da indústria aeronáutica, sendo o projeto com o maior número de peças nacionalizadas. "A trajetória da aernave AT 26 Xavante não se encerra com a sua desativação. O avião deixa os ares e passa a residir em nossa alma", disse.

Embraer AT-26 Xavante (EMB-326GB) aircraft picture
Embraer AT-26 Xavante (EMB-326GB) aircraft picture
Embraer EMB-326GB Xavante aircraft picture
A marinha argentina utiliza a aeronave para instrução avançada. O Xavante será substituído pelo Supertucano.

O brigadeiro Ivan da Frota, 80 anos, foi quem trouxe a ideia da Xavante da Itália para o Brasil. Ele estava há 17 anos sem voar e participou do voo de homenagem na Bant. " Quando o Brasil decidiu criar a Embraer, nós fomos para Europa. Quando voei nesse avião na Itália era maravilhoso. Tinha uma segurança enorme e muito fácil de voar. Disse no relatório que era ele era um fuzil para cada aviador", recordou. O fato aconteceu em 1968 e quatro anos depois a Embraer fabricou a sua primeira aeronave. Para o brigadeiro, o Xavante foi o que trouxe mais alegria na história da Força Aérea. "Tive a felicidade de decidir por esse avião, de ter tido essa intuição. Eu esperava que ele seria um sucesso, mas ainda foi maior. Fico muito orgulhoso disso", resumiu.

O avião foi o primeiro jato fabricado pela Embraer, em 1971, e chega a atingir a velocidade de 850km por hora. A aeronave operou em unidades de combate de todo o país e ajudou a formar mais de 800 pilotos. - foto: Thomas Couto

O grupamento que estava pilotando os 12 últimos Xavantes foi enviado para a Amazônia, onde receberá o substituto dos caças, o F5 Supersônico. Segundo Comandante desse grupamento, o tenente coronel Fernando, as aeronves que estão sendo aposentadas funcionam normalmente, a decisão desativá-las é operacional. "A sensação é de dever cumprido", declarou o tenente coronel Bruno Pascolino sobre o que sentiu ao pilotar pela última vez o Xavante. Ele foi formado na última turma de pilotos que utilizou a aeronave em 2004.

Fonte: Diário de Natal