O Departamento de Estado americano pediu em 2009 a todas as missões diplomáticas do país no exterior informações sobre uma lista de instalações cuja perda poderia afetar criticamente a segurança nacional dos Estados Unidos.
A lista inclui oleodutos, centros de comunicação e de transporte, minas e fábricas de produtos médicos.
O documento é considerado possivelmente o mais polêmico divulgado até agora pelo WikiLeaks, que vem divulgando desde o domingo passado um pacote de mais de 250 mil comunicações diplomáticas secretas dos Estados Unidos.
A definição de segurança nacional americana revelada pelo comunicado do Departamento de Estado é ampla e abrangente.
Além dos locais mais óbvios de infraestrutura estratégica, o documento contém ainda locais diversos como uma mina de cobalto no Congo, uma fábrica de soro antiofídico na Austrália e uma fábrica de insulina na Dinamarca.
No Brasil, o documento enviado pelo Departamento de Estado lista cabos de comunicação submarinos com conexões em Fortaleza e no Rio de Janeiro e minas de minério de ferro, manganês e nióbio em Minas Gerais e em Goiás.
O comunicado pede às missões americanas informações sobre todas as instalações cuja perda poderia ter um impacto crítico sobre a saúde pública, a segurança econômica ou a segurança nacional dos Estados Unidos.
ALVOS POTENCIAIS
A lista no documento divulgado pelo WikiLeaks é considerada como uma relação de alvos potenciais para ataques contra interesses americanos no exterior.
O diário britânico "The Times" publicou a notícia sob o título "WikiLeaks lista 'alvos para o terror' contra os Estados Unidos".
Alguns locais recebem uma qualificação especial na lista, como o entroncamento de oleodutos de Nadym, no oeste da Sibéria, descrito como "a instalação de gás mais importante do mundo".
O local é um importante ponto de trânsito do gás russo exportado para a Europa Ocidental.
Em alguns casos, indústrias farmacêuticas específicas ou fábricas de produtos sanguíneos são especificadas por sua importância crucial para a cadeia global de suprimento.
Para muitos críticos, o documento gera o questionamento sobre quais os benefícios dos vazamentos do WikiLeaks.
"Esta é mais uma evidência de que eles têm sido geralmente irresponsáveis, à beira da criminalidade", afirmou o ex-ministro das Relações Exteriores do Reino Unido Malcolm Rifkind.
"Este é o tipo de informação que os terroristas têm interesse em conhecer", disse.
Fonte: UOL
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