Os ministros da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, e da Argentina, Arturo Puricelli, descartaram nesta segunda-feira, em Buenos Aires, a hipótese de conflito entre os dois países e consideraram estratégica a cooperação bilateral.
"Nós não trabalhamos com hipóteses de conflito. Os que falam de hipóteses de conflito têm uma visão muito atrasada do que é a Defesa", disse Puricelli segundo comunicado do ministério.
"É necessário que Brasil e Argentina tenham a mesma voz. Há uma necessidade de pensar que o futuro é o grande desafio para a América do Sul", acrescentou o ministro brasileiro, após visitar, com o anfitrião, as oficinas do Complexo Industrial Naval Argentino, no porto de Buenos Aires.
A desconfiança mútua que ofuscou durante décadas o vínculo bilateral foi superada sob os governos dos ex-presidentes argentino, Néstor Kirchner (2003-2007), falecido no ano passado, e brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que passou a faixa para sua sucessora, Dilma Rousseff, em janeiro.
Kirchner e Lula impulsionaram o comércio e avançaram na coordenação de posturas ao nível internacional.
Entre os pontos da declaração conjunta firmada esta segunda-feira, destaca-se "a cooperação binacional para um Atlântico sul livre de armas nucleares".
A declaração impulsiona, ainda, projetos de desenvolvimento tecnológico e industrial, como a fabricaçáo do veículo militar Gaúcho.
Jobim disse que está em andamento um projeto conjunto para construir o avião cargueiro militar KC-390, impulsionado pela fabricante brasileira Embraer, e a ser desenvolvido em Córdoba (centro), com vistas a ser lançado no mercado em 2018.
Puricelli agradeceu também o apoio do Brasil à reivindicação argentina sobre a soberania das Ilhas Malvinas, que disputa com a Grã-Bretanha.
"Nós temos uma posição muito clara sobre a soberania das Malvinas, temos um compromisso histórico regional com a Argentina", disse Jobim.
Fonte: AFP
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