Depois de vários incidentes, o ano começou num clima de maior apaziguamento e com as duas partes a defender um regresso ao diálogo. E durante dois dias, coronéis do Norte e do Sul juntaram-se para uma reunião preparatória. Mas hoje, um responsável do Ministério sul-coreano da Reunificação declarou à Reuters: “As conversações falharam. Eles nem sequer acordaram numa data para o próximo encontro”.
Dez minutos depois, a delegação norte-coreana tinha já atravessado a fronteira (o encontro decorreu em Panmujon, uma localidade na zona desmilitarizada, DMZ).
Num comunicado, a Defesa de Seul adiantou que os representantes do Norte “abandonaram unilateralmente a sala de reuniões”. Mas a oferta sul-coreana de conversações a alto nível mantém-se, na condição de o Norte “tomar medidas responsáveis” quanto aos ataques do ano passado.
Aparentemente, os enviados que deveriam preparar um possível encontro entre ministros da Defesa, não conseguiram chegar a acordo sobre os temas a negociar nessa altura, adianta a BBC online.
A Coreia do Sul tinha afirmado que aceitaria a proposta do Norte de abordar questões humanitárias, que incluem a reunião de famílias separadas pela guerra da Coreia de 1950-1953, que terminou sem acordo de paz, e projectos conjuntos industriais e de turismo.
Esta foi a primeira reunião entre os dois lados desde o ataque das forças de Pyongyang à ilha sul-coreana de Yeonpyeong, em Novembro, que matou quatro pessoas. Também em Novembro, o regime norte-coreano revelava ter feito avanços no seu programa nuclear. E em Março passado, a Coreia do Norte terá também disparado um torpedo contra uma corveta de Seul, matando 46 dos seus ocupantes.
O colapso deste encontro não espantou os analistas. “Eu achava que iria levar algum tempo devido às divisões entre ambos”, disse à Reuters Park Syung-je, do Asia Strategy Institute. “Para a próxima vez, antes de começar com conversações a Coreia do Sul deve verificar se o Norte realmente as quer”.
O diálogo inter-coreano foi um requisito de Pequim e Washington para relançarem as negociações a seis (que incluem ainda Tóquio e Moscovo) sobre o desmantelamento do programa de armamento nuclear de Pyongyang – que declarou as negociações mortas em 2009 como resposta às sanções da ONU por ter realizado mais um teste míssil.
Fonte: Publico
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