O ministro italiano, Franco Frattini, afirmou que as reuniões em Bruxelas devem acontecer nos próximos dois dias. "Duas aeronaves do regime líbio parecem ter deixado a Líbia rumo a Bruxelas com a intenção de enviar emissários de Gaddafi para se encontrarem com representantes que participarão das reuniões da UE e da Otan amanhã e no próximo dia", disse o ministro, em referências à cúpula da UE e da aliança atlântica sobre a crise líbia.
Frattini não deu mais detalhes sobre a reunião, e um porta-voz da chancelaria italiana afirmou que ele não tem mais informações sobre os voos do que já havia sido reportado na imprensa.
O ministro afirmou, contudo, que as visitas ao Cairo e Bruxelas sugerem que a situação está muito fluida e alertou contra qualquer ação prematura. "Eu não sei com quem eles vão se encontrar em Bruxelas, mas estes movimentos são um gesto que devemos considerar", disse.
Mais cedo, um funcionário de Malta afirmou que um dos emissários líbios chegou na ilha para conversar com as autoridades locais e seguiu para Portugal. Lisboa não confirmou a viagem, mas as agências de notícias dizem que o avião levava um membro moderado do governo de Gaddafi para conversar com o chanceler português, Luis Amado.
A rede de TV Al Jazeera afirma que o premiê do Egito, Essam Sharaf, já se reuniu com um representante do governo líbio que voou ao país em um jato privado. O general Abdulrahman bin Ali Al Saiid Al Zawi, membro do círculo íntimo do ditador Muammar Gaddafi, teria chegado ao Cairo com uma mensagem de Gaddafi ao governo do país vizinho.
O general Zawi é responsável por questões de logística e abastecimento das Forças Armadas líbias. Trípoli não confirmou a visita ou a missão do general no Cairo, mas fontes da embaixada dizem que ele leva uma mensagem do ditador Gaddafi.
Não houve contato público entre o regime líbio e os generais que assumiram o poder no Egito após a queda do ditador Hosni Mubarak.
A Al Jazeera afirmou que outros dois jatos privados da família Gaddafi passaram pelo espaço aéreo europeu com destino a Viena e Atenas. Sem saber quem estava dentro dos jatos, a notícia levou a especulações de que o próprio ditador teria deixado o país.
DIPLOMACIA E REVOLTA
A comunidade internacional se mobiliza para aprovar no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) a proposta de criar uma zona de exclusão aérea na Líbia, que impediria a Força Aérea leal a Gaddafi de bombardear os rebeldes.
Gaddafi reagiu duramente e alertou, em entrevista ao canal de notícias estatal da Turquia TRT, que o povo líbio lutará contra as potências do Ocidente se elas tentarem impor a medida.
O Reino Unido e os Estados Unidos discutiram uma zona de exclusão do espaço aéreo com apoio internacional, caso Gaddafi se recuse a renunciar após a revolta popular que irrompeu em meados de fevereiro.
"Se eles tomarem tal decisão será útil para a Líbia, porque o povo líbio verá a verdade, que o que eles querem é controlar a Líbia e roubar nosso petróleo", disse Gaddafi.
'O povo líbio vai se preparar para lutar contra eles', disse Gaddafi. A entrevista foi realizada em árabe, com legendas em turco.
O presidente norte-americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, concordaram durante uma conversa telefônica em "seguir adiante com o planejamento, incluindo a Otan, para todo o espectro de respostas possíveis, incluindo a vigilância, assistência humanitária, a imposição de um embargo de armas, e uma zona de exclusão aérea".
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, deixou claro que Washington acredita que qualquer decisão para impor uma zona de exclusão aérea sobre o país seria um assunto da ONU e não uma iniciativa liderada pelos EUA.
Fonte: UOL
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A moeda tem coroa e cara.
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"A OTAN, A GUERRA, A MENTIRA E OS NEGÓCIOS" (PARTE)
Como alguns já sabem, em setembro de 1969, Muamar Kadafi, um militar árabe beduíno, de caráter peculiar e inspirado nas ideias do líder egípcio Gamal Abdel Nasser, promoveu no seio das Forças Armadas um movimento que derrubou o rei Idris I da Líbia, um país quase na sua totalidade desértico e de população escassa, situado no norte da África, entre a Tunísia e o Egito.
Os importantes e valiosos recursos energéticos da Líbia foram descobertos progressivamente.
Nascido no seio de uma família da tribo beduína de pastores nômades do deserto, na região de Trípoli, Kadafi era profundamente anticolonialista. Assegura-se que seu avô paterno morreu lutando contra os invasores italianos quando o país foi ocupado em 1911. O regime colonial e o fascismo mudaram a vida de todos. Diz-se, da mesma forma, que seu pai sofreu na prisão antes de ganhar a vida como operário da indústria.
Os adversários de Kadafi, inclusive, asseguram que ele se destacou por sua inteligência como estudante. Foi expulso da escola por suas atividades antimonarquistas. Conseguiu matricular-se em outra escola e depois graduou-se em Direito na Universidade de Bengazi, aos 21 anos. Mais tarde entra no Colégio Militar de Bengazi, onde criou o que foi chamado de Movimento Secreto Unionista de Oficiais Livres, concluindo depois seus estudos em uma academia militar britânica.
Estes antecedentes explicam a notável influência que exerceu depois na Líbia e em outros líderes políticos, estejam a favor ou não de Kadafi.
ÍNTEGRA EM: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=149180&id_secao=9
http://www.cubadebate.cu/reflexiones-fidel/2011/03/10/la-otan-la-guerra-la-mentira-y-los-negocios/