Os ataques aéreos estrangeiros contra as forças do governante Muamar Kadafi entraram em seu sexto dia, após um oficial britânico ter dito que a Força Aérea Líbia ter sido praticamente destruída. Ontem, dois caças F-16 da Noruega participaram da primeira operação de bombardeio contra a Líbia. O governo líbio afirmou ontem que cerca de 100 civis foram mortos pelos bombardeios que começaram no sábado passado. O governo convidou jornalistas em Tripoli a registrarem imagens de 18 corpos num necrotério da capital. Segundo o regime, os corpos são de militares e civis mortos em ataques da coalizão. Já os insurgentes líbios afirmam que as tropas de Kadafi mataram pelo menos 109 pessoas e feriram 1.300 só na cidade de Misurata, que está cercada pelas forças do governante. Também ontem, a Turquia concordou em permitir que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assuma o comando das operações na Líbia.

Enquanto isso, o chanceler francês, Alain Juppé, dizia que a operação contra Kadafi irá durar “dias, ou semanas, mas não meses”, o que coloca pressão sobre os insurgentes em Benghazi para um avanço rumo ao oeste. Segundo ele, além de proteger civis, a “missão” autorizada pela resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas permite que coalizão deixe os insurgentes numa posição de “retomar a vantagem”.

Ontem, os insurgentes tentavam invadir a cidade de Ajdabiya, retomada no começo da semana passada pelas forças de Kadafi. A cidade fica 160 quilômetros ao sul de Benghazi, onde a insurgência instalou o governo provisório. “Eles atiram em nós com tanques, artilharia e mísseis Grad”, disse Mohammed, um insurgente que voltava do fronte a um acampamento, a nove quilômetros de Ajdabiya. “Nós não temos nada além de fuzis e metralhadoras”.

Um porta-voz militar do governo inteiro em Benghazi, o brigadeiro Ahmed Omar Bani, disse que os rebeldes negociam a rendição das tropas de Kadafi em Ajdabiya, que parecem ter perdido contato com o quartel-general em Tripoli.



(acima um T-72 Libio enquadrado por um Tornado da RAF)

Ele também pediu que os países ocidentais forneçam equipamento militar pesado, como peças de artilharia e armas antitanques, para enfrentar os tanques T-72 da era soviética que fazem parte do arsenal de Kadafi.

O secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, disse que a crescente pressão sobre Kadafi encorajaria seus aliados ou mesmo familiares a derrubá-lo do poder. O presidente dos EUA, Barack Obama, insiste que Kadafi deve renunciar. Os militares norte-americanos disseram que as tropas de Kadafi, que antes ameaçavam cidades controladas pelos rebeldes, agora eram alvos de ataques aéreos da coalizão.

Fonte: Tribuna do Norte