Centenas de manifestantes sírios incendiaram neste domingo o Palácio de Justiça da cidade de Deraa, no sul do país, onde prédios e veículos também foram destruídos, no terceiro dia de protestos contra o governo em Damasco, constatou a AFP.

Os manifestantes tentavam entrar na Casa do Governador quando as forças da ordem reprimiram o protesto com violência. Em seguida, a multidão foi ao Palácio da Justiça e ateou fogo ao prédio, segundo testemunhas

Várias cabines das companhias de telefone MTN e Syriatel também foram queimadas na cidade, localizada 120 km ao sul de Damasco.

Um militante dos direitos humanos disse à AFP que as forças de segurança mataram um manifestante e feriram ao menos outros 100 nos protestos deste domingo em Deraa.

O manifestante Raed Akrad morreu "vítima de bala" e outras duas pessoas, feridas na cabeça, "estão em estado grave", revelou.

As forças de segurança lançaram bombas de gás lacrimogêneo e dispararam contra uma multidão de 10.000 pessoas em Deraa, afirmou o militante.

A Síria, onde o estado de emergência está em vigor desde 1963 é, desde 15 de março, palco de protestos convocados na rede social Facebook para exigir mais liberdade no país.

No sábado, várias pessoas ficaram feridas em Deraa quando as forças de segurança dispersaram com bombas de gás lacrimogêneo a multidão que participava dos funerais de dois manifestantes mortos na sexta-feira.

"Milhares de pessoas estavam reunidas para os funerais de Husam Ayache e Mahmoud Jawabra", dois dos quatro manifestantes mortos nos protestos de sexta-feira, quando as forças de segurança atiraram bombas de gás lacrimogêneo para dispersá-las", informou um ativista dos direitos humanos.

Na sexta-feira, quatro manifestantes morreram e centenas ficaram feridos pelas forças de segurança, que dispararam contra uma manifestação em Deraa para exigir liberdade política na Síria, onde o estado de emergência vigora desde 1963, ano em que o partido Baas chegou ao poder.

Fonte: AFP