Chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil ilustrada em azulejos pelo pintor Jorge Colaço


Tese desmente versão de que o descobridor foi Pedro Álvares Cabral.

O Brasil completou na sexta-feira exatos 511 anos. Segundo os livros de história, foi no dia 22 de abril de 1500 que Pedro Álvares Cabral esbarrou acidentalmente em uma terra gigante, habitada por aproximadamente 2 milhões de índios.

Mas para o mais renomado professor de história brasileira em Portugal, Jorge Couto, essa versão está muito mal contada.

Na verdade, o país teria sido descoberto entre novembro e dezembro de 1498 por Duarte Pacheco, um navegador espanhol da total confiança do então rei de Portugal, d. Manoel 1º.

Segundo o historiador, não foi o Monte Pascoal, no sul da Bahia, o primeiro lugar avistado por europeus.

Pacheco desembarcou na fronteira do Maranhão com o Pará – o ponto de partida para uma viagem que só foi terminar no rio Amazonas.

O rei de Portugal teria ficado tão deslumbrado com as informações trazidas pelo explorador, que preferiu deixar tudo em segredo porque a Espanha seria a verdadeira dona da região, segundo a divisão definida pelo Tratado de Tordesilhas, assinado quatro anos antes de Pacheco aparecer.

Depois de quase dois anos de preparativos, a coroa portuguesa mandou Pedro Álvares Cabral para oficialmente “descobrir o Brasil”, usando aquela velha história de que ele se perdeu do caminho que o levaria às Índias.

O historiador português defende a tese em seu livro “A construção do Brasil”, que se baseou em um texto de 200 páginas manuscrito por Pacheco entre 1505 e 1508, que só foi encontrado no século 20.

No manuscrito, o explorador se impressiona com o tamanho das terras, que “tanto se dilata sua grandeza e corre com muita longura, que de uma arte nem da outra não foi visto nem sabido o fim e cabo dela”.