Há 26 anos, com uma magistral atuação na chuva, Ayrton Senna vencia sua primeira corrida de Fórmula-1. O palco para tal atuação foi o Circuito do Estoril, em 1985, no Grande Prêmio de Portugal.
Largando na pole (também pela primeira vez) e fazendo a volta mais rápida da prova, Senna destruiu seus concorrentes, fazendo daquela Lotus preta e dourada de número 12 um carro, de fato, imbatível em suas mãos.
A situação de pista era crítica. Os carros estavam aquaplanando na reta dos boxes do autódromo. O francês Alain Prost foi um dos vários pilotos que perdeu o controle do carro.
Senna, para tentar manter sua Lotus na pista, praticamente não dava "gás" no acelerador para a pressão no turbo não se evelar muito, evitando assim, que o carro rodasse.
A pilotagem foi assim, no limite, o tempo inteiro. Ele queria que a prova acabasse logo. Bradava com Peter Warr, seu chefe de equipe, para que a corrida fosse interrompida, mas sem sucesso.
Para não perder a concentração, Senna preferiria não diminuir o ritmo, pois assim, se concentrava melhor. Temendo o pior, Gerard Ducarouge, seu engenheiro, mostrava placas com a inscrição "easy" (devagar) para Senna, que retrucava via rádio:
— Gerard, não me mostre mais esta placa, eu sei o que posso fazer aqui.
Mesmo nas condições adversas, Senna abriria uma vantagem imensa para todos os seus concorrentes e venceria de forma brilhante o GP de Portugal.
Em uma homenagem a Colin Chapman, o fundador da equipe, os membros do time foram para o lado da pista e receberam a vitória de Senna no melhor estilo Chapman de comemorar, jogando o chapéu para o alto. Era a primeira vez que a equipe vencia após o falecimento do dirigente.
O Brasil entrava em êxtase, mas somente por pouco tempo. Horas mais tarde a comoção tomaria conta de todos. O país chorava a morte de Tancredo Neves, futuro presidente do Brasil.
— Ao longo daquela segunda-feira, a cobertura da tevê portuguesa sobre a morte de Tancredo foi intensa. E Ayrton veria imagens de sua São Paulo em prantos, milhares de pessoas na rua despedindo-se do presidente morto. Ele jamais veria uma manifestação parecida com aquela — escreveu Ernesto Rodrigues, no livro "Ayrton: o herói revelado".
Aqui tem um video muito bom do compacto da Corrida... pena que não é compartilhado
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