O Ministério da Defesa aguarda a posse do presidente eleito do Haiti, o cantor Michel Martelly, agendada para 14 de maio, para definir os rumos das Forças Armadas brasileiras na missão das Nações Unidas para a estabilização do País. Mas, em passagem pelo Recife na última sexta-feira, o ministro Nelson Jobim defendeu a manutenção da atuação militar brasileira com a ampliação do seu foco. Além de cuidar das questões estritamente militares, como garantir a ordem e segurança públicas, o Exército deveria assumir obras de reconstrução da infraestrutura do País, para propiciar o desenvolvimento da atividade econômica local.
“Defendemos que o Brasil deva ter não só ação de manutenção de paz, mas também da criação da paz. Ou seja, trabalhar pelo desenvolvimento do País (Haiti), o que vai propiciar nossa saída de lá”, disse Jobim, logo após a cerimônia de troca do Comando Militar do Nordeste (CMNE). Os recursos para reconstruções viriam de um fundo internacional específico para a reconstrução do País, devastado por um terremoto em janeiro de 2010. Aproximadamente 250 mil pessoas morreram por conta do desastre.
No contingente brasileiro no Haiti, há uma companhia de engenharia que poderia executar o projeto de construção de uma pequena hidrelétrica próxima à capital, Porto Príncipe, além de obras como estradas.
Essa companhia já realizou trabalhos como retirada de entulhos das ruas após o terremoto, terraplenagem de ruas e manutenção do asfalto de vias públicas. Mas para empreendimentos de grande porte, caso da hidrelétrica, é necessário entendimento entre os governos do Brasil e do Haiti para executá-los.
O objetivo com a energia gerada por esta unidade é alimentar Porto Príncipe e viabilizar a instalação de novos empreendimentos na cidade. Jobim disse que os governos do Brasil e dos Estados Unidos já haviam iniciado entendimentos para viabilizar a instalação de indústrias têxteis na cidade. Criada em 2004, a missão de estabilização do Haiti é comandada pelo Brasil e conta com 12.300 militares de 20 países dos quais 2.230 são brasileiros. Deste total, 1.048 homens são oriundos do CMNE.
Fonte: Jornal do Comécio - Via: Notimp FAB
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