Os rebeldes antigoverno da Líbia recusaram nesta segunda-feira (11) o plano de paz proposto pela União Africana, pois a proposta não prevê a saída do ditador Muammar Kadhafi e porque propõe a reforma de um sistema de governo que eles exigem que seja abolido.

"A iniciativa da União Africana não inclui a partida de Kadhafi e de seus filhos do cenário político líbio, então está desatualizado", disse o chefe do conselho dos rebeldes, Mustafa Abdel Jalil, em entrevista coletiva em Benghazi, acrescentando que o conselho exige a saída de Gaddafi desde o primeiro dia dos protestos.

O porta-voz do conselho Hafiz Ghoga também disse na entrevista coletiva: "A iniciativa fala de reformas do sistema líbio, e isso está rejeitado."

Tanque das forças pró-Kadhafi é visto neste domingo (10) após ser atingido em Ajdabiyah - Entre sexta e domingo a OTAN destruiu pelo menos 25 blindados do Exercito da Líbia (Foto: AP)


O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmou que qualquer cessar-fogo na Líbia deve ser concreto e verificável.

Na véspera, o governo Kadhafi afirmou ter aceito o "mapa do caminho" proposto pela UA como saída pacífica para o conflito na Líbia, conforme declarou o presidente sul-africano Jacob Zuma, que estava em Trípoli para negociar.

"A delegação do irmão líder (Kadhafi) aceitou o mapa do caminho que lhe apresentamos", disse o presidente em uma breve declaração aos jornalistas na residência Bab Al Aziziya do ditador líbio em Trípoli.

"A solução proposta será detalhada em um comunicado", acrescentou, sem precisar quando o texto será divulgado.

Autoridades líbias vêm repetindo que Kadhafi não pretende renunciar.

Reino Unido
Qualquer proposta de cessar-fogo deve estar de acordo com as condições estabelecidas pela ONU, disse nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague.

"Não deve haver nenhum cessar-fogo que não esteja completamente de acordo com as condições das resoluções do Conselho de Segurança da ONU 1970 e 1973", disse ele.

"Qualquer coisa que fique aquém disso será uma traição ao povo da Líbia e será usado pelo regime que anunciou duas vezes cessar-fogo sem nenhum efeito desde que começaram os combates", afirmou em entrevista com o ministro de Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini.

Hague e Frattini reafirmaram que Kadhafi deve deixar o poder.

Fonte: G1