O governo de Muamar Gadafi e a oposição armada líbia intensificaram hoje os combates em torno das cidades de Ajdabiya e Misratah, enquanto a OTAN incrementou os bombardeios aéreos em apoio aos alçados.

Porta-vozes rebeldes asseguraram controlar neste sábado vários quilômetros de deserto no flanco oeste de Ajdabiya, o que supõe um avanço para o enclave petroleiro de Brega, o principal objetivo dos insurgentes no leste do país.
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Testemunhas assinalaram que blindados dos insurgentes retornavam a essa localidade com colchões na sua parte traseira, o que induziu a pensar que passaram a noite nas novas posições arrebatadas ao Exército regular, castigado por ataques aéreos.

A aviação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) multiplicou seus bombardeios sobre essa área nos últimos três dias e conseguiu um ligeiro recuo da artilharia governamental, ainda que os próprios rebeldes admitam que há escaramuças terrestres.

Inclusive, os opositores armados afirmaram estar muito próximo de Brega, situada a cerca de 80 quilômetros ao oeste de Ajdabiya, mas o governo do Gadafi negou que suas tropas tenham recuado.

Fontes médicas citadas pelo canal catariano Al Jazeera reportaram um morto e sete feridos por conta de disparos em uma emboscada ao redor da linha de combate.

Por sua parte, forças leais a Gadafi mantiveram hoje o assédio a Misratah, a terceira cidade da Líbia e a única que não está sob controle governamental no oeste.

Os militares continuam o cerco ao porto dessa cidade e reforçaram o poder de fogo com o propósito de frear a ofensiva dos insurgentes, que atacaram a partir de áreas residenciais e industriais, segundo depoimentos reproduzidos pela televisão estatal.

O porta-voz rebelde Abdelbasset Abu Mzereiq relatou aos jornalistas que a artilharia subordinada a Trípoli disparou ao menos 100 foguetes do tipo Grad contra Misratah, mas no mesmo depoimento assegurou que não houve uma só vítima, afirmou uma fonte próxima ao Governo.

As autoridades recusaram categoricamente o emprego de munições não convencionais contra civis e consideraram infundados os informes de grupos humanitários, segundo os quais, lançaram três bombas de fragmentação no bairro de el-Shawahda na noite do dia 14 de abril.

"Os desafio a que o provem", se limitou a dizer o porta-voz do Governo, Moussa Ibrahim, sobre esse arsenal proibido, ao mesmo tempo em que atribuiu muitas das mortes de civis e militares aos bombardeios indiscriminados da aviação da OTAN.

Fonte: Prensa Latina