O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, aprovou nesta segunda-feira o uso da força aérea de seu país em bombardeios contra alvos do líder líbio Muamar Khadafi, com o objetivo de proteger civis na Líbia.
Em um comunicado, ele disse que a Itália estava pronta para enviar jatos para participar da ação militar liderada pela Otan "contra alvos militares específicos" no país africano, "seguindo as determinações da resolução do Conselho de Segurança da ONU".
A Líbia foi colônia da Itália entre 1911 e 1947. Citando esse passado de envolvimento entre os dois países, até agora a Itália havia autorizado sua força aérea a participar da ação da Otan apenas na implementação de uma zona de exclusão aérea no país, também prevista na resolução da ONU.
O governo italiano mudou sua postura após um apelo feito pelos aliados no começo deste mês para que outros países membros da Otan, incluindo a Itália, tivessem uma participação mais ativa na missão líbia.
Ataque
O anúncio foi feito logo após Berlusconi telefonar ao presidente americano, Barack Obama, para lhe informar sobre sua decisão.
Horas antes, um bombardeio aéreo da Otan em Trípoli, capital da Líbia, causou grandes danos a edifícios do complexo em que fica a residência de Khadafi.
O filho de Khadafi, Saif Al-Islam, disse o regime não se intimidou com os bombardeios da Otan.
"O ataque covarde aconteceu no meio da noite. É possível que este ataque assuste meninos e meninas pequenos. Mas não vamos hastear a bandeira branca, nos render e não estamos com medo", disse ele.
Segundo relatos locais, ao menos dois mísseis atingiram a região de Bab Al-Aziza, onde fica o complexo.
Os ataques foram um dos mais fortes a Trípoli desde o início das operações da coalizão internacional para proteger os civis do país de ataques das forças de Khadafi.
'Contagioso'
A Rússia voltou a criticar nesta segunda-feira o envolvimento da Otan na Líbia.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, o fato de rebeldes passarem a contar com o apoio ocidental para promover levantes estaria criando uma atmosfera perigosa no Oriente Médio.
"Infelizmente, isso é contagioso e surge entre rebeldes de outros países da região, na esperança de agravar a situação para a chegada da comunidade internacional, ao seu lado", disse Sergei Lavrov.
A revolta popular contra Khadafi começou em fevereiro, inspirada pela onda de protestos pró-democracia em vários países árabes e que levaram à queda dos presidentes da Tunísia e do Egito.
Fonte: Estadão
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