Os Estados Unidos rejeitaram um pedido da França para retomar que o país retomasse os bombardeios contra alvos das forças do ditador líbio Muammar Gaddafi, disse nesta quinta-feira (14), em Berlim, o chefe da diplomacia francesa, Alain Juppé, depois de uma reunião com sua colega americana, a secretária de Estado, Hillary Clinton.
Juppé assegurou que os EUA continuarão fora do combate direto no país africano apesar dos apelos franceses pela participação americana nas ações coordenadas pela Otan (aliança militar do Ocidente).
Os EUA continuarão na mesma linha, ou seja, fornecendo aviões de forma pontual. Disse [a Hillary] que precisávamos deles. Gostaríamos que retornassem à primeira linha de operações.
Washington liderou inicialmente a ofensiva internacional contra as forças de Gaddafi, mas se retirou para o segundo plano no início do mês. O país planeja evitar se envolver em um novo conflito no exterior, após anos de participação nos conflitos no Iraque e Afeganistão.
EUA transferiram controle à Otan
Os EUA mobilizaram em torno de 50 aviões de combate para as operações na Líbia na semana passada, depois de terem transferido o controle da missão à Otan. Desde então, as aeronaves americanas atacaram alvos da defesa aérea líbia em três ocasiões, informou o Pentágono (o quartel general do Exército americano) nesta quarta-feira (13).
A França e o Reino Unido, que realizam uma série de ataques aéreos na Líbia, pressionaram os aliados da aliança militar para contribuir com mais aviões e intensificar os ataques aéreos contra as forças de Gaddafi.
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse mais cedo que os comandantes da aliança precisavam de mais aeronaves de “alta precisão”, mas que não tinham recebido nenhum compromisso firme por parte de governos.
Os países da aliança militar ocidental se comprometeram nesta quinta-feira a estar na Líbia pelo tempo que a missão para proteger a população civil e dotá-la dos recursos necessários precisar. Entretanto os países membros ignoraram, por hora, as chamadas da França, Reino Unido e a própria Otan para aumentar a participação militar dos aliados no país.
Londres e Paris chegaram à reunião de ministros de Exteriores, realizada em Berlim, reivindicando mais aviões para atacar alvos terrestres do regime de Muammar Gaddafi.
As autoridades militares da própria Otan reconheceram que queriam ver mais aviões participando dos bombardeios, segundo comunicou aos ministros o comandante supremo da Otan na Europa, o general americano James Stavridis.
O pedido não se recebeu nenhuma oferta concreta até agora, conforme admitiu o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen. Ainda assim o dinamarquês se mostrou “confiante” de que os países responderão ao apelo, e disse ter ouvido discursos esperançosos.
Aliados exigem que Gaddafi deixe o poder
Fora do âmbito puramente militar, os ministros dos países aliados tentaram enviar uma mensagem de unidade e de compromisso em favor da população civil e contra o ditador líbio.
Em um texto assinado pelos 28 países, a organização se comprometeu a fornecer “todos os recursos necessários” a sua missão na Líbia e a continuar com ela até que o regime de Gaddafi pare com os ataques às cidades rebeldes. A aliança exige que o ditador retire todas as suas tropas das ruas do país e permita o apoio humanitário à população.
Os países também apoiaram a gestão dos países membros do Grupo de Contato para a Líbia, reunido ontem em Doha, no Qatar, que votaram em favor de uma solução diplomática e exigiram que Gaddafi deixasse o poder.
O secretário-geral da Otan, Rasmussen, assinalou que o ditador “perdeu sua legitimidade” ao descumprir as determinações votadas pelo Conselho de Segurança da ONU.
Fonte: R7
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