Foram resgatadas ontem uma das turbinas e computadores de bordo do Airbus A330 da Air France, que caiu no Oceano Atlântico em maio de 2009, quando fazia o trajeto Rio-Paris. O Escritório Francês de Investigação e Análises (BEA, na sigla em francês) informou — também ontem — que o navio de patrulha La Capricieuse, da Marinha da França, se dirige ao Porto de Cayenne, na Guiana Francesa, transportando as caixas-pretas da aeronave, recuperadas na semana passada.
O material deve chegar amanhã a Cayenne, de onde será enviado de avião à sede do BEA na França. Segundo o jornal francês ‘Le Figaro’, a expectativa do governo francês é de que as caixas-pretas cheguem a Paris na quinta-feira.
O material deve chegar amanhã a Cayenne, de onde será enviado de avião à sede do BEA na França. Segundo o jornal francês ‘Le Figaro’, a expectativa do governo francês é de que as caixas-pretas cheguem a Paris na quinta-feira.
As caixas foram seladas, pois se tratam de provas em uma investigação judicial. A Flight Data Recorder (gravador de dados do voo, na sigla em inglês) contém os parâmetros técnicos como altitude, velocidade e trajetória do avião, e a Cockpit Data Recorder grava as conversas dos pilotos e qualquer outro som emitido na cabine, como alarmes. Estes elementos são fundamentais para descobrir as causas do acidente, que matou 228 pessoas.
O diretor do BEA, Jean-Paul Troadec, declarou recentemente que as duas caixas-pretas estão “em bom estado físico”, pelo menos externamente, e disse “ter esperanças” de poder ler os dados internos.
O diretor do BEA, Jean-Paul Troadec, declarou recentemente que as duas caixas-pretas estão “em bom estado físico”, pelo menos externamente, e disse “ter esperanças” de poder ler os dados internos.
Turbina do Airbus do voo 447 é retirada do mar - Foto: Divulgação/BEA
O BEA deverá anunciar até o final desta semana se os cartões de memória das caixas-pretas não sofreram corrosão ou qualquer outro tipo de desgaste e se os dados contidos nos cartões poderão ser extraídos e analisados. Em visita a Paris, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, comentou que “é necessário conjugar todos os esforços para o esclarecimento dos fatos e para que a Justiça seja satisfeita”.
O navio La Capricieuse chegou no sábado à área onde o Ile de Sein realiza a quinta fase de buscas, situada a cerca de 1,1 mil quilômetro da costa brasileira, perto de Fernando de Noronha.
O navio La Capricieuse chegou no sábado à área onde o Ile de Sein realiza a quinta fase de buscas, situada a cerca de 1,1 mil quilômetro da costa brasileira, perto de Fernando de Noronha.
Foto tirada no sábado (7) e divulgada nesta segunda (9) mostra pessoas colocando no navio francês La Capricieuse uma caixa com o Flight Data Recorder (FDR), uma das caixas-pretas do Airbus A330 do voo 447 - Foto: AP/BEA
Dia 20, nova tentativa para içar os corpos
O resgate dos corpos será retomado por volta de 20 de maio, quando deve ocorrer a troca da tripulação do Ile de Sein e o reforço da equipe de especialistas que realiza essas operações. Nos últimos dias, dois corpos foram retirados do mar. Especialistas realizarão exames de DNA a partir das amostras. Familiares e autoridades esperam que todos os corpos sejam recuperados.
Nos próximos dias, outras peças do avião consideradas importantes para as investigações, como partes das asas, deverão ser levadas à superfície.
A recuperação do material, que está a uma profundidade de 3.900 metros, é feita pelo robô-submarino Remora 6000, sob o comando de nove técnicos da empresa americana Phoenix Internacional.
Fonte: O DIA
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