As forças especiais dos Estados Unidos que localizaram Osama Bin Laden estavam designadas a matar o líder da al-Qaeda, e não capturá-lo, afirmou uma autoridade.
- Esta era uma operação para matar - disse oficial do departamento de segurança dos EUA.
A operação para capturar Bin Laden era tão secreta que apenas alguns oficiais americanos tinham conhecimento do plano. Normalmente, os Estados Unidos compartilham as ações de combate ao terrorismo com aliados, como Reino Unido, Canadá, Austrália, entre outros. Operações no Paquistão também contam usualmente com a colaboração da inteligência do país, o que não aconteceu neste caso.
A secretária de Estado Hillary Clinton, porém, afirmou que o Paquistão cooperou com a operação. Hillary disse ainda que os EUA mantiveram a parceria que tem o país, mas ela se recusou a comentar sobre o possível pagamento de qualquer recompensa por informações que levaram a Bin Laden.
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Os oficiais de inteligência descobriram o complexo onde Bin Laden estava escondido em agosto do ano passado, depois de dois anos monitorando um mensageiro do terrorista. Segundo o "New York Times", presos de Guantánamo, em Cuba, entregaram o pseudônimo do mensageiro e disseram que o homem era um protegido de Khalid Shaikh Mohammed, o mentor confesso dos ataques de 11 de setembro.
Ao localizarem a residência do mensageiro e de seu irmão, os agentes da inteligência estranharam:
- Quando vimos o complexo onde os irmãos moravam, ficamos chocados. O complexo fica em uma grande área relativamente isolada. Ele é aproximadamente oito vezes maior do que as outras casas construídas na região - disse um oficial do governo, segundo a CNN. Os analistas, então, concluíram que a residência foi "feita sob medida para esconder alguém de extrema importância".
Ainda de acordo com NYT, agentes da CIA passaram a analisar fotos de satélite e relatos do serviço de inteligência para determinar quem poderia estar vivendo no complexo. Um oficial do governo disse que, até setembro, a CIA decidiu que havia uma "forte possibilidade" de Bin Laden estar escondido lá.
O presidente Barack Obama realizou cinco reuniões com o Conselho de Segurança Nacional, de março até o fim de abril, sendo as duas últimas nos dias 19 e 28. No dia seguinte, na sexta-feira, Obama deu a ordem para a missão. Para executá-la, o presidente deslocou um pequeno contingente da equipe de elite da Marinha, o Seal Team Six, que ficou sob a supervisão do diretor da CIA, Leon Panetta.
Panetta acompanhou a operação, que durou 40 minutos, em tempo real, em uma sala de conferências no quartel-general da CIA, em Langley, na Virgínia. Segundo um funcionário que não quis se identificar, outros oficiais da inteligência também acompanharam a ação.
- Quando disseram que a operação foi um sucesso, os funcionários da CIA na sala de conferência aplaudiram muito - disse o funcionário.
Um oficial disse que Bin Laden desceu atirando contra os militares que invadiram o seu complexo, mas nenhum americano ficou ferido. Ainda de acordo com o relato, a equipe de elite da Marinha, o Seal Team Six, entrou no complexo com óculos de visão noturna, deslizando dos helicópteros 'Chinook' através de cordas.
Dos quatro helicópteros que teriam sido usados, um apresentou falha mecânica. A aeronave foi destruída depois pelas forças americanas.
A ação ainda contou com aviões de apoio que não chegaram a entrar no espaço aéreo paquistanês, incluindo jatos de combate que poderiam bombardear opositores. Também havia helicópteros de busca e salvamento como o MH-53 Pave Low e o HH-60 Pave Hawk.
Bin Laden não havia sido morto até os cinco ou dez minutos finais do confronto. Ele e a família ocupavam o segundo e terceiro andar do prédio.
Na ação, outras quatro pessoas morreram, sendo três homens e uma mulher. Um dos homens mortos seria filho de Bin Laden. Já a mulher foi alvejada ao ser utlizada como escudo humano. Segundo a rede CBS, duas mulheres e quatro filhos de Bin Laden foram capturados durante a operação.
Já o grupo de operações especiais militares que participou da ação está sendo orientado a manter sigilo. O oficial da marinha responsável pela unidade de elite disse às suas tropas que elas deveriam estar orgulhosas. Em um e-mail obtido pela agência de notícias Associated Press, o vice-almirante Ed Winters também diz que a luta não acabou, e que partilhar muitos detalhes podem comprometer a próxima operação.
Autoridades dos EUA dizem que o Seal Team Six levaram o corpo de Bin Laden e outras provas recolhidas no local.
Corpo de Osama é lançado ao mar
Detalhes de exatamente como o ataque se desdobrou permanecem obscuros. Oficiais dizem apenas que Bin Laden resistiu e foi morto com um tiro no rosto.
Militares americanos ficaram com o corpo sob custódia e, segundo o "New York Times", o corpo do terrorista foi então levado para o Afeganistão e depois lançado ao mar.
De acordo com o NYT e a agência de notícias Associated Press, o funeral seguiu o preceito muçulmano de enterrar o corpo no mesmo dia da morte. Ao mesmo tempo, divulgou a agência AP, as autoridades americanas justificaram o sepultamento no mar afirmando que seria difícil encontrar um país que aceitasse receber o corpo de um dos mais procurados líderes extremistas do mundo.
Exames de DNA realizados no corpo de Bin Laden mostraram praticamente 100% de ligação dele com seus familiares , e uma mulher que seria uma das esposas do líder da al-Qaeda o identificou pelo nome, disse uma alta fonte de inteligência dos EUA a repórteres nesta segunda. Uma outra autoridade disse mais cedo que exames iniciais de DNA mostravam uma "correspondência muito confiável" com o líder da al-Qaeda. O teste mostrou "alta confirmação" de que a pessoa morta em uma operação no Paquistão era Bin Laden, disse a autoridade. As autoridades, porém, não informaram onde ou como foram feitos os testes.
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