A China vai ampliar suas forças de segurança costeiras, incorporando mais navios e 6.000 homens, informou nesta sexta-feira a mídia estatal. A medida tende a elevar as tensões com países com os quais a China mantém uma disputa sobre águas territoriais onde se acredita haver vastas reservas de petróleo e gás.

A expansão foi anunciada dois dias depois de o país ter enviado seu maior navio civil de patrulhamento para o Mar do Sul da China. As Forças Marítimas Chinesas de Vigilância, que serão ampliadas, são uma agência paramilitar destinada a impor o cumprimento da lei, patrulhando as águas territoriais do país.

Oficiais chineses caminham no convés da fragata FFG Zhoushan

Essas decisões mostram a resolução do governo chinês de proteger o que considera seus "direitos marítimos e de soberania", que, segundo diz, estão sendo cada vez mais violados num momento em que crescem as disputas territoriais no Mar do Sul da China. Mas os outros países que também reivindicam direitos estão dispostos a demonstrar que não vão retroceder.

As Filipinas enviaram seu maior navio de guerra para patrulhamento numa área disputada perto da ilha filipina de Luzon, a principal do país. "A Marinha realiza patrulhamento costeiro regular e não deveríamos relacionar o envio do navio Rajah Humabon ao do vaso marítimo da China", disse um porta-voz do Departamento de Defesa das Filipinas, Eduardo Batac. O secretário de Assunto Externos Albert del Rosario se encontrou com diplomatas de nove outros países da Associação das Nações do Sudeste Asiático, em Manila. A entidade pediu que se chegue a uma posição comum para solucionar a disputa.

As forças marítimas da China terão 16 aviões e 350 navios no término do plano quinquenal estatal, em 2015, e um contingente de mais de 15 mil pessoas e 520 navios por volta de 2020, de acordo com a imprensa oficial, que citou como fonte um alto funcionário não identificado. Não foram informados valores. "Nos últimos anos está havendo um número cada vez maior de intromissões de navios e aviões estrangeiros em águas e no espaço aéreo chinês", disse o jornal "China Daily". Segundo o diário, as forças costeiras registraram a entrada não autorizada de 1.303 navios e 214 aviões estrangeiros em 2010 enquanto em 2007 o número total de casos foi 110.

Por Folhapress - Via Jornal Agora