A escolha do avião de caça francês Rafale pela Força Aérea Brasileira poderá significar a geração de 700 novos postos de trabalho no ABCD. Pelo menos é o que afirma o diretor da multinacional francesa de tecnologia Thales no Brasil, Laurent Mourre.
A possibilidade de crescimento das operações da Thales no País foi apenas um dos pontos tratados pelo executivo na coletiva de imprensa para apresentar o novo diretor da Omnisys - unidade de pesquisa da Thales no Brasil, sediada em São Bernardo –, o engenheiro aeronáutico Luciano Lampi.
“O Brasil é visto como um dos mercados com maior potencial para a empresa, e temos que estar onde esse crescimento estiver. A unidade de Bordeaux [na França] da Thales, que fabrica os radares do Rafale, possui 1 mil funcionários. Numa previsão otimista, caso o caça francês seja escolhido, será necessário mão de obra parecida para produzir os radares no Brasil”, afirmou o diretor da Thales. A Omnisys possui, atualmente, 300 funcionários.
O Programa FX-2, que irá definir o novo caça da Aeronáutica, contudo, foi adiado por tempo indeterminado pela presidente Dilma Rousseff (PT).
Nova fábrica/A empresa, porém, tem outros planos de investimentos independentes da decisão da Força Aérea. Atualmente, a Omnisys realiza estudos para a instalação de uma nova unidade produtiva em São Bernardo. Desta vez, para a montagem do radar militar de defesa aérea GM 400.
Projetado pela Thales, na França, o produto deverá ser montado no ABCD para o mercado latino-americano, em um investimento de € 5 milhões (R$ 11,3 milhões pela cotação do euro de ontem).
“Atualmente estamos fazendo o levantamento de uma nova área para fabricar e testar o novo equipamento. O local precisa ter pelo menos 500 metros quadrados de área construída, além de um ponto para instalação de uma antena de radar para testes”, destacou o ex-diretor geral da Omnisys e atual diretor de desenvolvimento de negócios da Thales para América Latina, Luiz Henriques.
Atualmente, a Omnisys desenvolve e fabrica, além de componentes e instrumentos para a AEB (Agência Espacial Brasileira), um radar de controle de tráfego aéreo, com alcance de 400 quilômetros.
Lançado em 2007, o produto, que tem preço unitário de € 3,5 milhões – aproximadamente R$ 8 milhões pela cotação de ontem – já teve 25 unidades vendidas, não só para o Brasil, mas também para Cingapura e a China.
Thales planeja investir em novas áreas no País
Além do mercado de radares, a Thales pretende investir no Brasil, a curto e médio prazo, em outros setores, como o de segurança pública, de aeroportos, além do controle de tráfego ferroviário e metroviário.
“Acreditamos que, com a Copa do Mundo e as Olimpiádas, e projetos como as novas linhas do metrô paulista, irá haver o crescimento da demanda nessas áreas. Nossa intenção, é, aos poucos, desenvolver no País a capacidade industrial nesses setores, os quais já somos fortes no exterior”, ressaltou o diretor-geral da Thales Brasil, Laurent Mourre.
Para o diretor da Thales, outro setor que também irá merecer a atenção da multinacional é o de segurança virtual. “O Brasil é como um banco com o cofre no meio da rua”, disse Mourre.
Encomenda de novos radares
A previsão da Omnisys é de vender, até 2016, 14 unidades do radar de defesa aérea, a R$ 41 milhões cada.
Modernização da defesa aérea francesa
A empresa brasileira foi selecionada pelo governo francês para realizar a modernização dos radares de rastreio de alvos das forças armadas do país.
65 milhões de reais é o faturamento estimado da Ominsys para 2011
Facilidade de acesso à mão de obra
Para o diretor da Thales, Luiz Henriques, o acesso à mão de obra foi facilitado nos últimos anos . “Atualmente, temos cursos na área aeroespacial na FEI e na UFABC”, destacou.
Pesquisa contínua
Ainda segundo Henriques, mesmo fabricando um produto já pronto, como o radar GM 400, o trabalho de pesquisa não acaba. “É preciso manter um trabalho constante para o radar continuar atualizado”, completou.
Fonte: Agência Bom Dia
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