Na manhã desta quinta-feira, o Exército realizou exercícios em uma área de treinamento localizada na cidade de Formosa, em Goiás, com o disparo de mais de dez mísseis. Presentes no local, o vice-presidente Michel Temer e o ministro Nelson Jobim (Defesa), defenderam a renovação, subiram nos lançadores de míssil e afirmaram que a possibilidade de renovação já está sob a análise do Ministério da Fazenda.
Essa renovação dos equipamentos deverá ser adquirida da mesma Avibras, que já possui um sistema mais novo, o Astros 2020. Na nova versão, os foguetes podem alcançar uma distância de até 300 km. Ele é composto por 49 veículos - 18 para lançamento, 18 para transporte de munição, três para controle e monitoramento do tiro, três para manutenção, três para análise meteorológica e outros quatro para comando e controle.
"Não há como avançar nesta matéria se não houver destinação de recurso. O Brasil só pode estar ao lado de grandes países se você tiver instrumentos de defesa grandiosos. Eu, pelo menos, serei um advogado desta causa no governo", afirmou Temer. "Estamos trabalhando neste sentido [de renovar o sistema]. [O pedido] já está no Ministério da Fazenda e a decisão será tomada em pouco tempo", prometeu Jobim.
Após assistir a uma demonstração de lançamento de foguetes "terra-terra", fabricados pela Avibrás, no Campo de Instrução do Exército, em Formosa (GO), o ministro da Defesa, Nelson Jobim, informou que está negociando com o Ministério da Fazenda a aquisição do equipamento que considera de "importância estratégica" para o País.
O sistema conhecido como Astros II custa R$ 960 milhões, segundo informou o general Aderico Mattioli, diretor de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa. A expectativa da Força é que a liberação dos recursos seja definida até o final do ano. O ministro da Defesa explicou que, primeiro, é preciso resolver a situação da Avibrás, que se encontra em processo de recuperação judicial. Para que a empresa sobreviva, é preciso que haja um saneamento econômico e financeiro dela, que poderá ser obtido com a garantia da aquisição do sistema Astrus 2020, pelo Exército, além de capitalização da Avibrás por meio de refinanciamento de seus débitos pelo governo dentro do Refis.
"Serei advogado desta causa no governo", anunciou o vice-presidente Michel Temer, que acompanhou a demonstração no Campo de Formosa, ao lado de Jobim, ao defender a necessidade de manutenção da indústria de defesa do Brasil. "Quando saímos do gabinete é que verificamos as necessidades verdadeiras do País", afirmou o vice-presidente, acrescentando que não há como avançar no desenvolvimento de tecnologia nacional se não tivermos recursos para investir.
Jobim, por sua vez, salientou que "é preciso dar continuidade a garantir este acervo tecnológico, que não pode ser perdido, já que se trata de uma produção exclusivamente brasileira". O ministro lembrou que há interesse mundial neste produto e a última exportação da Avibrás foi para o Exército da Malásia que adquiriu um conjunto de lançadores de foguetes da indústria brasileira em 2008, ao preço de R$ 500 milhões. "Precisamos desenvolver e atualizar esta tecnologia", comentou o ministro Jobim, ao lembrar que a primeira pergunta que um país faz quando tentar adquirir equipamento de defesa de outro é se as suas Forças Armadas o utilizam. Hoje, o Exército brasileiro não possui o Astros 2 e a intenção é de que o sistema possa ser adquirido ainda este ano.
O sistema ASTROS II em uso pela Malasia, o mais recente usuario deste eficiente sistema de artilharia de saturação. O contrato com o exercito malaio chegou a mais de U$ 240 milhões
Hoje, Temer e Jobim assistiram à sessão de demonstração do lançamento de nove foguetes, no campo de tiros do Exército, em Formosa. Foram lançados foguetes SS 30, SS 40 e SS 60, que têm capacidade de entrar em posição, atirar e deixar o local para não ser alvo de revide do inimigo em até dez minutos. Os foguetes podem alcançar de 20 a 80 quilômetros de distância, dependendo dos sistemas a eles acoplados. Uma bateria com seis viaturas têm capacidade para lançar 192 foguetes em 16 segundos.
O sistema que o Exército quer comprar é composto por 49 viaturas. São 18 veículos lançadores, 18 remuniciadores, três unidades de controle e monitoramento, três estações meteorológicas, três de manutenção, três veículos de comando e controle de bateria e um de comando e controle de grupo. O sistema Astros 2010 que o Exército quer comprar tem um alcance de até 300 quilômetros.
Fonte: Estadão
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