Os presidentes da Rússia, Dmitri Medvedev, e África do Sul, Jacob Zuma, abordam nesta segunda-feira o conflito na Líbia e devem defender a mediação da ONU e da União Africana (UA).

Antes da reunião, Medvedev afirmou acreditar que o governante sul-africano expressará sua opinião sobre "como conseguir a paz" no país norte-africano durante a reunião que manterá nesta segunda-feira com o Grupo de Contato Internacional sobre a Líbia.

Por sua vez, o líder sul-africano assegurou que informará os dirigentes russos e aliados sobre as conclusões da recente cúpula da UA.

"Estou contente que estejam presentes os representantes da Otan, já que assim surgirá a possibilidade de trocar opiniões sobre o problema líbio e os planos de sua solução", disse.

Zuma, membro do Comitê de Alto Nível da UA para a Líbia, transmitirá aos aliados a proposta do organismo pan-africano, que defende uma "solução política" ao conflito.

A proposta elaborada durante a Assembleia de Chefes de Estado e do Governo da UA, realizada na Guiné Equatorial entre 30 de junho e 1º de julho, inclui a presença de uma força de paz dirigida pela ONU e a não participação do líder líbio, Muammar Kadafi, nas negociações.

A Líbia ocupou grande parte da agenda desta reunião da UA, na qual o organismo reiterou sua reprovação à intervenção militar estrangeira e acertou não executar a ordem de detenção contra Kadafi emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

Tanto a Rússia como a África do Sul têm críticas à Otan, à qual acusam de ultrapassar seu mandato com os bombardeios no país norte-africano e seu claro apoio diplomático e logístico aos insurgentes.

No entanto, durante o Conselho Otan-Rússia em Sochi (Mar Negro), o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, negou nesta segunda-feira que a Aliança Atlântica esteja violando o mandato internacional da ONU com a operação militar na Líbia.

"Nosso mandato é evidente. Atuamos no marco da resolução 1.973 do Conselho de Segurança que permite utilizar todas as forças e meios possíveis para prevenir a ameaça de ataque sobre a população civil", afirmou Rasmussen, citado pelas agências russas.

Fonte: EFE/Terra