Forças leais ao líder líbio, Muammar Kaddafi, lançaram um bombardeio pesado contra combatentes rebeldes neste domingo para tentar desalojá-los de um vilarejo que conquistaram, situado cerca de 100 quilômetros ao sul de Trípoli, a capital do país.

A localidade de Al-Qawalish é um estratégico campo de batalha para a investida dos rebeldes rumo à capital. Se eles conseguirem avançar além desse vilarejo chegarão à principal rodovia na parte norte do caminho para Trípoli, a região onde Kaddafi tem sua principal base de apoio.

O comandante rebelde Amignas Shagruni, em Al-Qawalish, disse que, nas últimas 24 horas, forças pró-Kaddafi posicionadas alguns quilômetros a leste lançaram repetidamente bombas contra eles. Mas acrescentou: "Ninguém ficou ferido, graças a Deus."

Num período de 20 minutos, enquanto a Reuters visitava a linha de frente a leste de Al-Qawalish, pelo menos cinco bombas caíram na área. No entanto, elas não pareciam ter sido disparadas com precisão, pois atingiram aleatoriamente lugares nas colinas próximas.

Dominação da região para ter petroleo em mãos
Shagruni é um dos rebeldes que estavam controlando o último posto de controle dos opositores de Kaddafi antes da linha de frente. Ele disse que a aviação da Otan esteve em ação na área e atingiu posições das forças governistas.

"Eles bombardearam apenas uma vez, mas foi muito forte. Atingiram munições ou um míssil Grad porque foi muito forte, até o chão tremeu," afirmou.

A Líbia vive uma guerra civil desde fevereiro, quando milhares de pessoas, inspiradas pelas revoluções nos vizinhos Egito e Tunísia, iniciaram uma revolta contra os 41 anos do regime de Kaddafi.

Essa rebelião se tornou a mais sangrenta da "Primavera Árabe" - os levantes populares que se espalharam pela região.

Kaddafi se mantém no poder, apesar dos ataques dos rebeldes e bombardeios aéreos da Otan, sanções econômicas e deserções de destacados integrantes de seu governo.

Fonte: UOL