O Ministério da Defesa da China negou ter tido acesso aos destroços do helicóptero militar americano que caiu durante a operação realizada contra o terrorista Osama bin Laden em maio no Paquistão, informou nesta quarta-feira a imprensa oficial chinesa. "Essas informações carecem completamente de fundamento e são muito ridículas", destacou o ministério em um breve comunicado de uma linha publicado em seu site oficial.

A declaração foi dada depois que jornais como o Financial Times publicaram reportagens afirmando que o Paquistão autorizou o acesso de engenheiros chineses aos destroços do helicóptero Black Hawk, que teriam fotografado o aparelho e inclusive recolhido amostras para pesquisas posteriores.

Segundo os jornais, que contaram com supostas fontes da inteligência internacional, o Paquistão, distanciado dos Estados Unidos por conta da operação militar não autorizada contra Bin Laden, é um aliado tradicional da China e seus exércitos cooperam com frequência.

Os EUA tentaram destruir o Black Hawk derrubado durante a operação de 2 de maio, para que sua sofisticada tecnologia não pudesse ser copiada, mas teriam restado algumas partes às quais a CIA (agência de inteligência americana) pediu explicitamente ao Paquistão para que vetasse o acesso.

Fontes das forças de segurança paquistanesas citadas nesta quarta-feira pelo "China Daily" também negaram que os chineses tenham tido acesso aos destroços do helicóptero, argumentando que foram entregues aos EUA e que as informações são "pura especulação".

O porta-voz das Forças Armadas paquistanesas, Athar Abbas, criticou a imprensa estrangeira pelas informações, acusando-a de "lançar uma campanha maliciosa contra as organizações de segurança do Paquistão". No entanto, não se trata da primeira vez que circulam rumores de que China se aproveitou de peças de avançadas armas do Exército americano para melhorar sua tecnologia militar.

Também foi dito, por exemplo, que os primeiros aviões espiões chineses capazes de burlar radares, os J-20 (lançados neste ano), copiaram sua tecnologia de um avião F-117 Nighthawk americano que os mísseis antiaéreos derrubaram na Sérvia em 1999, durante os bombardeios da Otan contra o regime de Slobodan Milosevic.

Aquela suposta "cópia", por outro lado, poderia ter sido uma "vingança" da China contra os EUA, já que nesse mesmo conflito a embaixada do governo chinês em Belgrado foi bombardeada, um fato que gerou uma das piores crises diplomáticas entre Pequim e Washington dos últimos anos.

Fonte: EFE/Terra