O Congresso pode ser mais um problema para o futuro ministro e diplomata Celso Amorim? Um experiente diplomata, mas Nelson Jobim foi parlamentar e conhecia bem aquela casa. Jobim tem uma enorme experiência de Congresso, e Amorim não tem experiência com militares, mas na diplomacia tem experiência com defesa. Afinal, as armas são o último argumento da diplomacia.

Os militares não escolheriam Celso Amorim ministro da Defesa, mas como quem escolhe é a comandante suprema, Amorim foi o escolhido – ouvido o ex-comandante supremo, garantem. Escolha de Lula ontem e hoje e escolha de Golbery quando foi chefe da Embrafilme, Amorim percorreu uma longa carreira diplomática para tomar posse hoje no Ministério da Defesa.

Mesmo que receba continência das Forças Armadas por razões de disciplina, lei e ordem, é criticado por suas posições em relação a ditadores e falta de posições em defesa de direitos humanos, como é o caso de Ahmadinejad e dos Castros.

Ou por posições estranhas como em relação às Farc e Zelaya ou a outros que, afinal, por serem vizinhos, têm a delicadeza de receber tratamento especial. Posições externas sobre direitos humanos pesam quando se discute o tema internamente, como é o caso da comissão da verdade.

Celso Amorim acaba de dizer que, no novo posto, tem de ser mais cuidadoso com as palavras. Agora fala em retirada bem administrada da tropa brasileira no Haiti, onde o Brasil está há sete anos. Afinal, a tropa é mais útil na nossa fronteira.

Um desafio é a compra de caças. É estranho que só o Brasil esteja disposto a comprar o Rafale, fora a França. Esse pode ser um bom assunto e um bom desafio para um bom diplomata.

Fonte: G1