Os rebeldes líbios anunciaram que haviam adotado uma "posição defensiva" em uma linha de combate de Zliten, ao leste de Trípoli, para conter um contra-ataque das forças leais a Muamar Kadhafi ao leste desta localidade, que deixou três mortos.
"Os guerrilheiros de Zliten carecem de munições para continuar avançando, nós não queremos correr o risco de perder terreno", declarou à AFP o porta-voz rebelde na cidade portuária de Misrata, Abdul Wahab Melitan.
Três insurgentes morreram e 15 ficaram feridos, de acordo com Melitan, e por isto os combatentes rebeldes adotaram "uma posição defensiva". Provenientes do enclave de Misrata, 50 km a leste, os rebeldes tentam há mais de uma semana se apoderar desta cidade de 200.000 habitantes.
Enquanto isso, as forças do governo indicavam por meio do primeiro-ministro líbio Baghdadi Mahmudi que haviam retomado dos rebeldes a cidade estratégica de Bir Ghanam, 80 km ao sudoeste de Trípoli, mas esta noite eles continuavam na região - onde o clima é de calma - e comandavam os postos de controle, enquanto aviões da Otan sobrevoavam a cidade.
Durante uma entrevista coletiva à imprensa em Trípoli, o primeiro-ministro afirmara que "a vida retomou seu curso normal na localidade de Bir Ghanam, que está sob controle total do regime". Ele recoheceu que a cidade tinha sido tomada na véspera pela rebelião, com a ajuda de operações aéreas da Otan.
Em Benghazi, capital dos rebeldes, um dos principais líderes militares dos insurgentes, Fawzi Bukatif, considerou "prematura" a criação de um "Exército nacional" em meio à guerra contra o regime do coronel Muamar Kadhafi.
"Não podemos fazer isso no momento. Estamos em guerra. Estamos em plena revolução, isso não é possível (...), é prematuro", declarou em uma entrevista concedida à AFP.
Ex-engenheiro do setor petroleiro, Bukatif lidera "a União das Forças Revolucionárias", que reúne cerca de trinta "brigadas" de combatentes voluntários no 'front'.
Ele é também vice-ministro da Defesa do Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião.
Desde o início da luta armada contra o governo Kadhafi, em fevereiro, os insurgentes podem ser posicionados em dois campos principais: os ex-soldados do Exército de Kadhafi, que se juntaram aos "revolucionários", e os voluntários, combatentes civis reunidos em uma infinidade de brigadas --Katiba-- que formam hoje a força de ataque da rebelião.
No plano humanitário, as condições se tornam cada vez mais difíceis para os moradores de Trípoli, que sofrem com a escassez de combustíveis há vários meses e tem agora que enfrentar cortes de energia elétrica e falta d'água.
O papa Bento XVI pediu neste domingo durante o Angelus que a comunidade internacional "relance a busca por um plano de paz" para a Líbia, onde "a força das armas não resolveu a situação".
Fonte: AFP
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