O presidente do Chile, Sebastián Piñera, decretou dois dias de luto pelo acidente aéreo que chocou o país. Ele afirmou que, apesar de estar sendo feito todo o "humanamente possível para encontrar os restos" mortais das vítimas, não é possível "garantir que a busca será 100% bem-sucedida". Piñera disse que, até o momento, ainda não se sabe quais foram as causa do acidente. As declarações foram publicadas pela imprensa chilena no começo da tarde deste domingo (4).

Um avião militar chileno caiu no mar na sexta-feira (2), próximo à ilha de Robinson Crusoe, no oceano Pacífico.Havia 21 pessoas a bordo e, segundo o Ministério da Defesa, todas morreram de forma imediata.

Mais cedo, o general das Forças Aéreas do Chile, Maximiliano Larraechea, tinha dito que "a busca vai continuar até encontra os restos [mortais] de cada um" dos ocupantes da aeronave, segundo o jornal "La Tercera". Ele sugeriu, ainda, que os corpos das vítimas pode estar junto com a fuselagem do avião.

O presidente do Chile esteve em uma base da Força Aérea do Chile para participar de uma videoconferência com o ministro da Defesa, Andrés Allamand, e também para participar de homenagem a Erwin Núñez Rebolledo, uma das vítimas cujo corpo já foi resgatado do mar.

Mais cedo, o ministro da Defesa afirmou que está sendo rastreada uma superfície de 20 quilômetros quadrados, “onde existe maior probabilidade de que tenha acontecido o impacto”, segundo a imprensa local.

O avião militar chileno que caiu no mar na sexta-feira (2) próximo à ilha de Robinson Crusoe, no oceano Pacífico. As 21 pessoas que estavam a bordo, confirmou no final deste sábado (3) o ministro da Defesa chileno, Andrés Allamand.

Morte imediata

"Diante da busca que realizamos e das observações chegamos à conclusão de que o impacto foi de tal magnitude que produziu morte instantânea de todas as pessoas que estavam a bordo do avião", disse Allamand, na ilha de Robinson Crusoe.

De acordo com Allamand, que lidera os trabalhos de resgate, a conclusão é resultado das "evidências" observadas durante a operação de resgate realizada pela Força Aérea e a Marinha do Chile, envolvendo seis aviões e duas fragatas.

Até o momento, só foi possível resgatar quatro corpos, levados a Santiago, onde foram identificados como Erwin Núñez, cabo da Força Aérea, Galia Díaz, funcionária do Conselho Nacional de Cultura, Roberto Bruce, jornalista do canal TVN, e Silvia Slager, produtora da TVN.

Corpos levados a Santiago

Os quatro corpos resgatados foram trasladados na tarde deste sábado (3) para a capital do país, Santiago. "Nunca perdemos a fé, mas não queremos criar falsas expectativas", havia dito, mais cedo, o presidente Sebastián Piñera.

Segundo informações do jornal argentino “Clarín”, o traslado dos corpos a partir do arquipélago de Juan Fernández, a 670 quilômetros do litoral central do Chile, foi feito pelo inspetor-geral da Força Aérea do Chile, Ricardo Gutiérrez. De acordo com a Marinha, já há uma equipe disponibilizada na capital para o reconhecimento das vítimas.

Paralelamente, a busca pelos demais passageiros vai entrar em uma etapa submarina com oito mergulhadores especializados em trabalho de alta profundidade.

Os corpos resgatados hoje estavam sem coletes salva-vidas, o que poderia indicar que não tiveram tempo de se preparar para uma fuga de emergência, disse o prefeito de Juan Fernández, Leopoldo González, ao jornal chileno "La Tercera".

Os corpos "foram resgatados da água por moradores locais, aparentemente muito perto uns dos outros", afirmou Larraechea.

Corpos mutilados

Conforme informações do jornal chileno “El Mercurtio”, o presidente do sindicato de pescadores de Juan Fernández, Marcelo Rossi, relatou a uma rádio que os corpos localizados estão mutilados.

“Não há dúvida de que morreram de forma instantânea”, disse. “Havia restos de fuselagem do avião espalhados por todos os lados pelo contato que o avião fez com o mar”, detalhou.

O acidente

O avião de transporte CASA C-212 caiu na tarde de sexta-feira (2) no mar no arquipélago de Juan Fernández, a 670 quilômetros do litoral central do Chile. O acidente aconteceu após duas tentativas frustradas de aterrissar na ilha Robinson Crusoé, segundo o general da Força Aérea Maximiliano Larraechea.

Havia 21 pessoas a bordo, incluindo o apresentador Felipe Camiroaga, o mais popular da televisão chilena, e o empresário filantropo Felipe Cubillos, que apoiava a organização "Desafío Levantemos Chile", criada para impulsionar os trabalhos de reconstrução após o terremoto de fevereiro de 2010.

A provável morte de Camiroaga causou grande comoção no país. A equipe liderada pelo apresentador se dirigia à ilha para realizar uma reportagem sobre os trabalhos de reconstrução do povoado - de cerca de 600 habitantes - atingido por um tsunami no dia 27 de fevereiro de 2010.

Estavam a bordo também funcionários do Conselho da Cultura e pessoas da Força Aérea do Chile.

Operação de resgate

As autoridades chilenas iniciaram neste sábado uma intensa operação marítimo-terrestre para localizar os corpos das pessoas que estavam a bordo da aeronave.

A missão de resgate, formada por várias aeronaves e embarcações, é liderada pelo ministro da Defesa, Andrés Allamand, e o comandante-em-chefe da Força Aérea do Chile (FACh), o general Jorge Rojas.

A expedição partiu rumo ao arquipélago de Juan Fernández às 4h deste sábado, depois que o presidente chileno, Sebastián Piñera, anunciou que seriam adotadas "todas as medidas para esclarecer as circunstâncias" do acidente.

Moradores do arquipélago e alguns navios que se encontravam na zona também ajudam nas buscas.

O primeiro corpo foi encontrado às 07h20 (horário local e de Brasília) por funcionários da Marinha chilena.

Fonte: Bol