Os Fuzileiros Navais dos EUA no Arizona, em breve utilizarão um avião agrícola An-2 e um helicóptero de ataque Mi-24, ambos de fabricação russa, num novo esforço para compreender as táticas e armamento do inimigo.

O Antonov An-2, construído após a Segunda Guerra Mundial, e o helicóptero russo Mi-24 Hind, um helo da década de 80, serão apresentados no curso de Instrutores de Armas e Táticas (WTI) que ocorre a cada dois anos na Estação Aérea dos Marines de Yuma, Arizona.

O An-2 é um pouco de estranho. Concebido como um avião agrícola, tornou-se amplamente utilizado pelos militares russos como uma aeronave de carga para tudo, desde transporte de carga, inserção de tropas, a até reconhecimento. Os chineses começaram a produzir a sua própria cópia da aeronave na década de 1970. A Coreia do Norte ainda utiliza ao modelo hoje em dia.

Enquanto o An-2 pode parecer uma piada no campo de batalha com seu único motor a pistão, ela pode ser uma ferramenta mortal. Em 1991, a força aérea croata utilizou o modelo para lançar bombas improvisadas durante a guerra civil daquele país.

O Mi-24, por outro lado, parece tão durão como realmente ele é. Projetado pelos soviéticos para uso no Afeganistão na década de 1980, é o homólogo russo do AH-64 Apache dos EUA. Ele devastou muitas aldeias afegãs e era temido pelos Mujahedeen. Armados até os dentes com foguetes e metralhadoras, ele também pode transportar oito soldados totalmente equipados para combate. O Mi-24 foi vendido amplamente para o Paquistão, Argélia, Brasil, Cuba, Coréia do Norte, Irã e Peru, só para citar alguns. Hoje o Mi-24, e os similares mas atualizados Mi-35s estão sendo pilotados pela força aérea afegã, treinados por pilotos dos EUA e da OTAN.

Os contratos para as aeronaves ainda estão sendo finalizados. A Vertol Systems Co. tem um contrato de cinco anos, avaliados em US$ 3,4 milhões com o U.S. Marine Corps para fornecer as duas aeronaves para o curso de WTI. No entanto, um concorrente é contra o contrato e entrou com uma reclamação formal no Government Accountability Office. Membros dos Marines não irão comentar sobre o contrato, até que a reclamação, apresentada pelo OPFOR Group LLC, esteja resolvida, disse o Primeiro Tenente Scott Villiard, um porta-voz do Comando de Treinamento e Educação em Quantico, Virgínia

Documentos divulgados no FedBizOpps.gov, um site que mostra detalhes dos contratos do governo, informou que o Corpo de Fuzileiros precisa das aeronaves para “reproduzir a destinada força tática hostil”.

O An-2 será utilizado para exercícios anti-guerra aérea para as operações de unidades de defesa aérea e terrestre do Marines se familiarizarem-se com a assinatura radar da aeronave e como ele aparece em equipamentos visuais e no infravermelho.

“Identificação Visual e Sistemas Contra Armas dos Inimigos são os objetivos de aprendizagem do estudante primário”, disse o documento de oferta, solicitação e concessão.

O Mi-24, por outro lado, tem uma ampla gama de missões, no curso. Ele vai atacar outros helicópteros, jatos, bases avançadas de operação, postos armados avançados e os pontos de reabastecimento e as unidades de defesa de artilharia anti-aérea, oferecendo a todos os pilotos dos Marines que apoiam a tropas de apoio em terra um bom resultado para o investimento.

Mais especificamente, o modelo de helicóptero será utilizado para as forças de combate “realizarem as operações aéreas conjuntas e de defesa antimísseis.”

“O helicóptero de ataque, devido ao seu tamanho, perfil de vôo, poder de fogo e com capacidades de manobra defensiva, constitui uma ameaça única”, afirma o documento.

Também será usado para interferir com as forças de apoio na realização de apoio aéreo aproximado. Em outras palavras, um helicóptero ou um caça da coalizão poderá ser acionado na base para ajudar as tropas terrestres no combate ao Mi-24.

O objetivo final do curso de formação, liderada pelo 1º Esquadrão de Armas e Táticas da Aviação dos Marines, é para ensinar as complexas habilidades aéreas no apoio aos pilotos que, uma vez certificados no final do curso de seis semanas, podem voltar para suas unidades e divulgar as informações que aprenderam. A classe também ajuda a combater no solo e os membros de apoio no combate em terra tornam-se mais aptos a trabalhar com os pilotos que os transportam e protegem eles em voo.

Fonte: Marine Times – Via: Cavok