A perda recente de um cargueiro russo Progress, carregado com 3 toneladas de comida, combustível e águas para a Estação Espacial Internacional (ISS) deixou a estação e os seus astronautas numa situação preocupante.
A Progress terá sofrido uma falha no estádio superior do foguetão Soyuz, o mesmo lançador das cápsulas tripuladas Soyuz do qual agora – depois do último voo do Space Shuttle – depende a ISS para renovar as suas tripulações.
A ISS pode viver durante alguns meses sem os abastecimentos que se perderam na reentrada da Progress nos céus da Sibéria, especialmente porque o último Space Shuttle deixou na Estação abastecimentos suficientes para um ano. Mas, mesmo assim, sem estes abastecimentos é seguro que será preciso adiar o envio previsto de uma nova tripulação a 22 de setembro. Curiosamente, a falha desta Progress é a primeira desde que em 1998 começaram os voos de abastecimento para a ISS.
De qualquer modo, a Europa e o Japão também estão a enviar cargueiros para a ISS, mas a um ritmo sempre inferior aos russos e as empresas norte-americanas SpaceX e Orbital Sciences ainda nao estão prontas. Ou seja, sem as Progress a ISS fica em dificuldades, logo há que terminar rapidamente as investigações em curso e corrigir os problemas que levaram a que a Rússia – outrora tão fiável – registasse dois falhanços seguidos, um com um Proton o outro com uma Progress. Se nada for feito e feito de uma forma eficiente, o próximo falhanço pode ser com uma Soyuz tripulada, deixando os astronautas na ISS sem outra opção além de regressarem de urgência à Terra na Soyuz que têm sempre atracada como “saída de emergência”.
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