A Avibras, uma das maiores fabricantes de material bélico do país, entregará à Marinha, amanhã, o primeiro dos mísseis Exocet remotorizados em parceria com a também brasileira Mectron, que fabrica mísseis. O negócio, cujos valores não são revelados devido a um termo de confidencialidade, envolve a troca do sistema de propulsão que, com quase 30 anos, teve a vida útil esgotada. Presidente da Avibras, Sami Youssef Hassuani revela que a reforma não só resulta na troca de dois terços dos mísseis, como também assegura praticamente uma década a mais de uso deles, que tiveram bastante destaque na Guerra das Malvinas, em 1982.

Negócio envolve a troca do sistema de propulsão, que, com quase 30 anos, teve a vida útil esgotada

Em meio a um processo de reestruturação que poderá resultar na entrada de novos sócios privados na empresa, a Avibras se prepara para entrar no projeto FX — de renovação de frota dos caças —, a partir de 2012, independentemente do fornecedor escolhido pelo governo. Além da francesa Dassault, que oferece o caça Rafale, disputam a americana Boeing, com o F-18 Super Hornett, e a sueca Saab, com o modelo Gripen. Caberá à Avibras, segundo Hassuani, desenvolver o sistema de armas do futuro caça.


Com relação aos Exocet,Hassuani confirma que amanhã será entregue o cabeça de série da encomenda, cujo contrato envolve todos os mísseis deste modelo ainda hoje disponíveis no país. O executivo não confirma, no entanto, o número de unidades contempladas, por se tratar de informação confidencial da Marinha. Somente depois de um período de 12 meses, para os testes da própria Marinha, é que a empresa dará seguimento à remotorização das demais unidades.

“Nós investimos uma média de 10% a 15% de nosso faturamento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), uma vez que nosso negócio depende diretamente de tecnologia”, revelou Hassuani ao Brasil Econômico, ao exaltar o bom momento vivido novamente pela indústria de defesa do país, com a retomada do reaparelhamento das Forças Armadas.“No ano passado, faturamos R$ 220 milhões, e o nosso investimento em P&D gira em torno de R$ 30 milhões.” Quanto ao FX, o presidente da Avibras ressalta a vantagem do tipo de acordo previsto com a empresa vencedora. Em vez de transferência de tecnologia, revela o executivo, haverá abertura de cooperação tecnológica para a Avibras.

Fonte: Brasil Econômico/Resenha - Via Plano Brasil